Alunas goianas quebram tabus e se destacam mundialmente na robótica
Meninas vivem a quebra de paradigmas e mostram seu potencial para a área de exatas que, tradicionalmente, é dominada por homens
As mulheres ainda são minoria nos cursos ligados às ciências exatas, apontam dados do Censo da Educação Superior de 2021. Em cursos presenciais de graduação na área de Computação e Tecnologias da Informação e Comunicação, a participação feminina é de apenas 13,3%, e em Engenharia e profissões similares é de 21,6%. Contudo, embora ainda sejam minoria, esta realidade vem aos poucos mudando. A participação de alunas nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) cresceu 96%, com ingressantes chegando a 242.275, em 2021. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).Exemplo disto são as estudantes goianas Carolina Bosco, Sofia Azevedo, Laura Caetano, Natália Bastos e Manuela Souza, que se destacaram no Campeonato Mundial de Robótica, da Federation of International Robot Sport Association (FIRA) Robot World Cup 2023, na cidade de Wolfenbuttel. Elas foram o único grupo exclusivamente composto por cinco meninas a competir com cerca de 60 grupos – que eram masculinos ou mistos. Alunas do Ensino Fundamental da Escola Canadense Maple Bear Goiânia, elas voltaram com duas medalhas de ouro para orgulho da escola, famílias e amigos. A conquista foi uma quebra de paradigmas, considera a diretora da escola. “Eu pude acompanhar de perto o desempenho e a resiliência delas em cada prova, ver elas em cada processo é um orgulho, meninas capacitadas e imponentes em suas realizações”, conta a diretora da escola, Sabrina Oliveira.Ela lembra que a escola foi a única do Estado a participar do FIRA e trouxe ainda mais medalhas por meio das outras equipes de meninos. Foram 10 premiações, sendo cinco de primeiros colocados, quatro em segundo e um na terceira posição. “Crescemos como equipe, aprendemos, fomos respeitadas enquanto único grupo só de meninas, tivemos torcida, vivemos angústias, medos, vontade de desistir, mas, sempre tratadas com respeito pelos outros grupos. Tudo que aprendi vou levar para o futuro”, fala a aluna e integrante do grupo Carolina Bosco.Se mulheres de gerações anteriores passaram por algum tipo de descriminação em algumas áreas de conhecimento, para esta turma, o preconceito de gênero não faz parte de seus contextos. Sofia Azevedo conta que elas foram bem recebidas por todos os colegas. “Eles torciam por nós e recebemos elogios de outros técnicos”, conta. Manuela Souza concorda com a amiga. “Nunca senti nenhum tipo de opressão por ser menina. Fui apoiada pela minha família, que sempre nos incentivou em buscar conquistas”.Laura Caetano considera que, meninos e meninas, que se dedicam aos estudos para extrair o seu melhor, conquistam bons resultados, inclusive na área de exatas. “Eu foco em seguir meu sonho, tenho o apoio da família e de todos os amigos. Meninas podem fazer exatas ou qualquer área”, diz.