NA HORA DE COMEMORAR: ESPECIALISTA PEDE ATENÇÃO COM PRÁTICA DE FOGOS DE ARTIFÍCIO PERTO DE REDES ELÉTRICAS

Juliano Gonçalves, engenheiro eletricista e Head da Divisão de Cabos Megger Brasil dá dicas essenciais para evitar acidentes com fogos de artifício durante as festas de fim de ano.

Com a chegada das festas de fim de ano, é comum vermos os céus iluminados pelos fogos de artifício, porém, por trás da beleza, há uma série de riscos e perigos que muitas vezes são desconhecidos e negligenciados.

Os fogos de artifício, além de sua característica festiva, podem causar acidentes gravíssimos. Segundo Juliano Gonçalves, Head da Divisão de Cabos da Megger Brazil, responsável por converter as redes de energia das avenidas de São Paulo, Rebouças, 9 de Julho, Faria Lima junto a AES Eletropaulo, o perigo torna-se mais evidente quando os fogos são disparados em direção às linhas de energia aéreas, que estão no alto dos postes elétricos.

“Os fios elétricos já suportam o esforço de seu próprio peso. No entanto, caso ocorra a explosão de um rojão em algum ponto dessa rede, há o risco de rompimento, resultando em um potencial acidente fatal ao cair no solo. Essa situação pode acarretar na interrupção temporária ou permanente do fornecimento de energia elétrica na região, afetando até mesmo serviços essenciais.” explica.

O especialista ainda alerta para a temperatura da explosão, visto que pode ser fatal. “É importante ter em mente que um curto-circuito provocado por um fio da rede elétrica pode atingir temperaturas de até 6.000˚C, enquanto a chama de um fogão doméstico alcança aproximadamente 650˚C. Essa intensidade de calor é gerada instantaneamente, a velocidade da luz, resultando em uma situação na qual não há tempo hábil para reação por parte das pessoas próximas”, complementa.

Além dos riscos para as redes de energia, Juliano também destaca que essa prática frequentemente resulta em acidentes graves. “Durante a Copa do Mundo, testemunhei um incidente no qual um rojão falhou no momento do lançamento, explodindo na mão de um amigo, que acabou perdendo dois dedos”, recorda Juliano.

Conforme dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), pelo menos 126 pessoas foram hospitalizadas no Brasil em 2023 devido a acidentes envolvendo fogos de artifício.

E como, então, comemorar com segurança?

Embora Juliano desaconselhe a prática, ele enfatiza a importância de escolher cuidadosamente o local para a realização de disparos de fogos de artifício. O local escolhido deve ser aberto, livre de redes elétricas, vegetação densa ou edificações próximas.

Além disso, ao adquirir fogos de artifício, é importante comprar apenas em estabelecimentos devidamente autorizados e certificados pelos órgãos competentes e sempre checar se há a presença do selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).

Juliano enfatiza: “É fundamental evitar o transporte de fogos de artifício no bolso ou em locais próximos ao corpo. O manuseio requer extrema cautela, incluindo o uso de itens de segurança recomendados, como óculos protetores, luvas e vestimentas apropriadas.”

Outro aspecto crucial é a atenção à direção e intensidade do vento, garantindo a ausência de obstáculos ou edificações nas proximidades que possam interferir na trajetória dos fogos, evitando assim possíveis acidentes. O perigo de desvios na trajetória, que poderiam resultar no contato com fios elétricos, é real e pode ter consequências imediatas.

Por fim, o especialista enfatiza que, nos locais onde a rede elétrica é subterrânea, o risco é significativamente reduzido, como evidenciado pelo debate subsequente aos apagões ocorridos em São Paulo. Ele argumenta que essa medida não apenas minimizaria os riscos, proporcionando proteção aos equipamentos, mas também garantiria a segurança das pessoas presentes durante a comemoração. “Este é um ponto fundamental quando falamos sobre garantir a segurança das pessoas e prevenir incidentes”, conclui o especialista.

Em caso de acidentes que causem o rompimento dos fios, se atente à:

● Impedir a aproximação de terceiros;

● Nunca tocar os fios danificados, nem mesmo com objetos que pareçam não conduzir eletricidade, abstendo-se de tentar remover objetos ou pessoas em contato com os fios;

● Entre em contato imediato com o Corpo de Bombeiros e com a companhia elétrica responsável pela região.

Conheça Juliano Gonçalves: Engenheiro eletricista e Head da Divisão de Cabos Megger Brazil possui 25 anos de experiência no mercado de energia com foco em confiabilidade de redes, melhoria de desempenho e redução de custos. Foi também responsável por converter as redes de energia das avenidas Rebouças, 9 de Julho, Cidade Jardim, Faria Lima, e das ruas Amauri e Oscar Freire, entre os anos de 2003 e 2006, liderando a iniciativa da AES Eletropaulo (hoje Enel SP) o especialista viu de perto os inúmeros desafios enfrentados pela equipe, moradores, comerciantes e transeuntes locais durante esse período. Possui sólida experiência em projetos internacionais de redesenho de processos multi-sites, com foco em otimização, automação, padronização e ganho de eficiência e nos últimos 15 anos está focado em obter resultados expressivos por meio de manutenção preventiva, inovação, digitalização, automação, melhoria de processos e desenvolvimento de pessoas conduzindo projetos ao redor do mundo.

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