Profissionais querem saúde, bem-estar e qualidade de vida como benefícios em 2024
Engenheiro alerta que item pode proliferar doenças como a dengue e precisa de manutenção ou troca
A manutenção das caixas d’água é mais do que uma prática de conservação doméstica; é uma necessidade de saúde pública que influencia diretamente a qualidade da água consumida pelas famílias. Eduardo Menezes, engenheiro e presidente da Rede da Construção, compartilha insights sobre os desafios e soluções na gestão dos reservatórios de água
A vida útil de um reservatório de água é estimada em 20 anos pelas normas técnicas, mas fatores como instalação inadequada, condições ambientais adversas e danos físicos podem reduzir significativamente essa expectativa. “Os sinais de desgaste não são sempre visíveis, tornando as inspeções regulares e a manutenção preventiva essenciais”, afirma Menezes.
Alterações na qualidade da água, como variações no sabor, odor, cor ou turbidez, podem indicar problemas. Estes podem variar desde a contaminação do abastecimento até a negligência na limpeza periódica do reservatório. “Uma vedação inadequada é uma falha comum que permite a entrada de contaminantes externos, comprometendo a pureza da água”, explica Menezes.
A inspeção visual é o primeiro passo na identificação de vazamentos, seguida pela verificação de componentes como a torneira de boia e o extravasor. “Embora alguns diagnósticos possam ser feitos pelos moradores, a avaliação de um profissional é insubstituível, especialmente em locais de difícil acesso”, ressalta Menezes.
Manutenção e Longevidade
Fatores contribuintes para a degradação precoce dos reservatórios incluem a má instalação, degradação da base de apoio, e condições inadequadas que dificultam a vistoria e limpeza. “A manutenção é uma tarefa multifacetada que abrange desde a inspeção física do reservatório até a análise da qualidade da água”, destaca Menezes.
A normatização técnica, representada por diretrizes da ABNT, estabelece padrões de qualidade e procedimentos de manutenção. Menezes aponta a limpeza semestral como uma regra geral, mas enfatiza que as condições locais podem demandar uma frequência diferente.
Executiva elenca principais desafios e como empresas podem superá-los no dia a dia
Em 2024, a saúde do colaborador deve ser um dos principais destaques e desafios para o RH das empresas. Segundo pesquisa realizada pela consultoria em RH Robert Half International, este ano 64% dos profissionais querem trocar de empresa e permanecer na mesma área. Ela reforça que essa mudança é guiada pela busca por mais qualidade de vida dentro e fora das corporações. Para Sarita Vollnhofer, líder de RH da Alice, plano de saúde para empresas que também faz a gestão proativa da saúde de seus membros, instituições que estão investindo nesse tema já percebem resultados positivos.
“A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que depressão e ansiedade geram perda de 12 bilhões de dias de trabalho por ano. Isso reforça que é fundamental para as empresas criarem ambientes saudáveis, garantindo melhor qualidade de vida para seus colaboradores”, explica.
O estudo “A saúde do colaborador brasileiro”, realizado pela Alice em parceria com a Beneficência Portuguesa de São Paulo, Caju, Fleury, Gupy, O Futuro das Coisas e Zazos, revelou que 44,4% dos profissionais acham o ambiente de trabalho muito estressante, enquanto 80% afirmam que a flexibilidade dos benefícios oferecidos pelas empresas faz diferença no seu bem-estar e produtividade, como home office, convênios com academias e instituições de ensino. Esse mesmo estudo revelou que 30% dos profissionais relataram ter sintomas de burnout, mesmo sem diagnóstico oficial.
“O cenário atual traz alta competitividade e desafios cada vez maiores para os profissionais. Um ambiente estressante é prejudicial para a saúde do colaborador, impactando diretamente na sua rotina de trabalho e gerando resultados ruins para a empresa, no final”, comenta Sarita.
A executiva reforça que o profissional é o principal responsável pela sua saúde, mas as empresas devem ter um papel relevante para promover um ambiente que permita ao colaborador priorizá-la. Assim, a executiva sugere quatro frentes para auxiliar o RH das empresas a trazer mais qualidade de vida e bem-estar para seus colaboradores:
Acompanhamento dos dados da saúde
E se fosse possível acompanhar, com dados, a saúde dos colaboradores de uma empresa? Essa prática não só é viável, como também é um bom caminho para incentivá-los a ter mais qualidade de vida, dentro e fora do ambiente de trabalho.
“Uma pessoa que não tem uma noite de sono adequada, por exemplo, pode apresentar alguns problemas como dor de cabeça e cansaço excessivo durante o dia e sua jornada de trabalho. Assim, calculando o seu nível de saúde, é possível também identificar os pontos de atenção e buscar soluções mais estratégicas para uma vida saudável”, avalia.
Desenvolvido pela Alice, o “Score Magenta” é uma ferramenta para medir a saúde dos seus membros – como são chamados os clientes do plano, de forma holística, trazendo informações de todas as dimensões de sua saúde. Criado com base em protocolos científicos reconhecidos, ele funciona como uma espécie de termômetro para medir níveis de saúde mental, alimentação, atividade física, hábitos saudáveis, sono e qualidade de vida. Por exemplo, é capaz de identificar indícios que possam estar afetando a saúde mental de uma pessoa, como sua rotina de sono, alimentação inadequada ou a falta de exercícios físicos.
Além de ajudar cada indivíduo a entender os pontos de sua saúde que precisam de um maior cuidado, para empresas clientes da Alice o Score Magenta auxilia a liderança e os profissionais de RH a identificarem pontos de atenção com os colaboradores. O relatório gerado a partir da pontuação da equipe é feito por meio de dados agregados e anonimizados, respeitando a privacidade dos colaboradores integralmente.
Assim, o RH pode auxiliar em ações e iniciativas mais assertivas que proporcionem mais qualidade de vida e saúde para seus funcionários, evitando que problemas surjam ou evoluam, e, reduzindo custos e gastos desnecessários com afastamentos.
Cultura de saúde mental
“Saúde mental é um tema que foi acelerado pela pandemia do Covid-19 e deve continuar crescendo cada vez mais. É preciso ter consciência de que muitos fatores podem afetar a rotina de produtividade de um colaborador, mas que existem muitas formas de melhorá-la também”, comenta Sarita.
De acordo com a executiva, a cultura organizacional é, também, um fator importante para promover saúde e bem-estar. Um ambiente de trabalho psicologicamente seguro, além de motivar o profissional, aumenta a performance, e deve ser um dos objetivos de toda empresa.
Ela explica que apesar de, historicamente, o suporte dado pelas empresas neste quesito serem centrados, principalmente, em uma abordagem individualizada – terapia, aplicativos e afins -, um estudo de 2023 da Mind Share Partners demonstra que funcionários, hoje, buscam culturas que priorizam a saúde mental. Quando questionados sobre quais benefícios eram mais úteis para sua saúde mental, uma cultura de trabalho saudável e sustentável surgiu como a clara vencedora, com 78% classificando-a como moderadamente, muito ou extremamente útil.
Esses dados estão alinhados com os do estudo “A saúde do colaborador brasileiro”. Nele, foi descoberto que quando funcionários sentem que a empresa não se preocupa com sua saúde e bem-estar, apenas 58% compartilham dos valores da empresa e 75% sentem orgulho de trabalhar na organização. Já quando a empresa se preocupa, 77% afirmam compartilhar dos valores e incríveis 97% afirmam sentir orgulho de trabalhar na empresa”.
“É preciso investir numa cultura de transparência, que valorize a autenticidade. O desenvolvimento de lideranças e investimento em boas práticas de gestão de pessoas também é importante, para que, assim, líderes consigam promover a confiança e guiar a equipe de forma mais saudável, trazendo feedbacks mais construtivos e menos críticos”.
Ela também reforça que o RH e as lideranças das empresas podem e devem monitorar questões que causem estresse – tanto por meio de pesquisas de engajamento, quanto encorajando uma cultura de feedback constante e empatia assertiva –, buscando soluções pontuais para cada funcionário ou time, trazendo para o debate ideias em conjunto para implementar melhorias.
Autocuidado
Como a palavra já diz, é um cuidado pessoal, próprio. “O autocuidado nada mais é do que manter hábitos saudáveis que impactam diretamente na sua saúde física e mental. São atividades que realizamos diariamente e que proporcionam mais qualidade e saúde para a nossa vida”, comenta.
Para ela, empresas podem e devem incentivar seus colaboradores. “Existem diversos benefícios que contribuem para a promoção do autocuidado no ambiente corporativo. O home office ou o modelo híbrido, por exemplo, oferecem a oportunidade de trabalhar em um ambiente mais propício para cada indivíduo, além de proporcionar flexibilidade na organização da agenda, facilitando o equilíbrio entre compromissos pessoais e profissionais. Além disso, um plano de saúde que englobe acompanhamento psicológico ou psiquiátrico também desempenha um papel crucial no suporte à saúde mental dos colaboradores. Outra iniciativa importante são as agendas que promovem debates ou atividades de autocuidado na prática – medidas que não só beneficiam o bem-estar individual, mas também promovem o engajamento coletivo da equipe”, explica Sarita.
Ela reforça a importância de auxiliar os colaboradores a entenderem melhor suas necessidades, para que cada um seja protagonista em sua jornada de saúde. “Antes de tudo, é importante entender que a saúde é responsabilidade de cada indivíduo. As empresas têm papel fundamental, mas é necessário que parta de cada pessoa”, afirma.
Atividades Físicas
Há décadas, a importância da atividade física já não é um tema novo, mas ainda é necessário que as empresas incentivem a prática. Segundo o estudo “Effects of physical exercise on executive function in cognitively healthy older adults”, do pesquisador Guohua Zheng, da Universidade de Medicina e Ciências da Saúde de Xangai, que reuniu dados de outras 25 pesquisas clínicas, as pessoas que praticam exercícios físicos apresentam efeitos positivos na memória de trabalho e flexibilidade cognitiva.
Além de prevenir e auxiliar no tratamento de doenças como a ansiedade, estresse e depressão, a prática regular de atividade física pode aprimorar a performance cognitiva dos colaboradores. Um estudo recente, publicado na Harvard Business Review, examinou 200 profissionais do Reino Unido e da China, revelando que a atividade física diária está intimamente ligada ao desempenho profissional e à qualidade de vida. Os resultados demonstraram que os exercícios contribuem para reduzir dores corporais, melhorar a postura e otimizar os recursos cognitivos necessários para realizar tarefas. Como destacou um dos pesquisadores, “a saúde do profissional tem um impacto direto na sua performance no trabalho. Um profissional saudável falta menos, enfrenta menos estresse, é mais produtivo e ainda contribui para um ambiente de trabalho mais positivo”.
A executiva destaca algumas ações que podem ser implementadas dentro e fora das empresas como: desafios internos com prêmios para colaboradores que se exercitam com certa frequência; descontos em instituições parceiras ou benefícios de atividade física; aulas de dança, yoga, ginástica laboral, entre outros.
“Na Alice, por exemplo, temos desafios de atividade física e, também, o Alice Runners, uma comunidade de corredores que são membros, onde incentivamos a participação deles em corrida de rua e no apoio em montar treinos para quem quer começar – ou evoluir – nesse esporte. No fim, além de incentivarmos o profissional para ter uma saúde melhor, entregamos para ele uma oportunidade de melhorar seu próprio desempenho pessoal e profissional”, finaliza Vollnhofer.
SOBRE A ALICE
Alice é um plano de saúde para empresas que também faz a gestão proativa da saúde de seus membros. Fundada por André Florence, Guilherme Azevedo e Matheus Moraes, e lançada ao mercado em junho de 2020, tem por missão tornar o mundo mais saudável. Em maio de 2023, a Alice adquiriu a carteira de clientes da QSaúde e se consolidou como a maior healthtech da América Latina, com aproximadamente U$ 175 de capital levantado, receita anual projetada em R$ 500 milhões para 2024 e 27 mil membros. Entre os principais fundos que investem na Alice estão Allen & Company LLC, Canary, Endeavor Catalyst, Globo Ventures, G Squared, Kaszek, Maya Capital, StepStone Group, SoftBank Latin America Fund (SBLA), ThornTree Capital Partners.
Saúde Pública
A relação entre a manutenção de caixas d’água e a prevenção de doenças é direta. Reservatórios mal conservados podem se tornar criadouros para o mosquito Aedes aegypti, além de favorecerem a proliferação de microrganismos nocivos. “Uma limpeza eficaz vai além da estética, é uma barreira contra doenças transmitidas pela água”, afirma Menezes.
Dicas para a Limpeza
O processo de limpeza deve ser meticuloso, desde o esvaziamento do reservatório até a desinfecção com soluções apropriadas. “A limpeza não é apenas sobre remover o visível, mas garantir a descontaminação completa do espaço”, explica Menezes. A manutenção regular é complementada pela vedação correta, evitando futuras contaminações.