Em Goiânia, empresa leva oficina de arteterapia para promover bem-estar mental de seus funcionários

Conforme dados do relatório global anual “Estado Mental do Mundo 2024”, o Brasil tem o 4º pior índice de saúde mental do mundo. Para prevenir e conscientizar seus colaboradores sobre a necessidade de uma boa saúde mental, Localiza Urbanismo promoveu ação dentro da campanha Setembro Amarelo

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de um bilhão de pessoas no mundo – uma em cada oito – apresentam ao menos um problema relacionado à saúde mental. E no cenário global, nós brasileiros infelizmente não estão bem, já que temos o 4º pior índice de saúde mental do mundo, conforme dados do relatório global anual “Estado Mental do Mundo 2024”, elaborado e divulgado pela plataforma neurotech Sapien Labs, que mapeia a qualidade da saúde mental pelo mundo. Segundo o levantamento global, que envolve 71 países, esse índice só é pior na África do Sul, Reino Unido e Uzbequistão, e empatamos com o Tajiquistão.

Deflagrados por um conjunto de fatores sociais, psicológicos e físicos, os transtornos mentais são a principal causa de incapacidade temporária e permanente, e segundo estudos da OMS pessoas com condições graves de saúde mental morrem, em média, de 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral. E justamente para prevenir e conscientizar seus colaboradores sobre a necessidade de uma boa saúde mental, e também como forma de adesão à campanha Setembro Amarelo, a Localiza Urbanismo, empresa que está há 37 anos desenvolvendo loteamentos em Goiânia e região metropolitana, recebeu, na última sexta-feira (13), a psicóloga Ana Carolina Moura para uma palestra sobre autoconhecimento. Com o tema “Oficina de Arteterapia com Colagem – Uma Vivência Experimental no Processo de Cuidado com a Saúde Mental”, o encontro aconteceu na sede administrativa da empresa, no Jardim Europa.

Autoconhecimento

Conhecida por ser uma ferramenta de autoconhecimento e reflexão sobre si próprio, a arteterapia – junção de psicologia com a arte – ajuda na expressão e comunicação de sentimentos, explora a imaginação e criatividade, diminui estresse e ansiedade, eleva a autoestima e ainda contribui para a concentração, atenção e memória. Segundo um relatório produzido pelo Escritório Regional da Universidade de São Paulo (USP) para a Europa da Organização Mundial da Saúde, a arteterapia tem resultados positivos tanto na melhoria da saúde mental como na saúde física, por meio da promoção de um hábito saudável de cuidados.

Conforme explica Ana Carolina Moura, que possui especialização em gestalt-terapia e gestão de pessoas, todo mundo, de alguma forma, consome arte, como música, filmes e seriados. “E isso, de algum modo, nos afeta, mesmo que sem perceber. Porque a arte é isso, um processo fisiológico, mental, ela interage com o nosso organismo”, informa.

Formada em arteterapia, Ana Carolina diz que a colagem de imagens em revistas é uma ferramenta muito eficaz para desaprender a mente do perfeccionismo e achismos. “Nós somos seres humanos e naturalmente muito apegados à estética, ao que achamos ser certo ou errado, bonito ou feio. E a ideia da oficina é justamente o contrário, é de promover uma vivência com o processo artístico, para que as pessoas consigam experimentar, de alguma forma, essas sensações de olhar para si, de se cuidar de uma forma diferente, sem julgamentos”, destaca.

Desbloqueio

De acordo com a arteterapeuta, o objetivo da arteterapia é potencializar o autoconhecimento. “As pessoas têm um bloqueio muito grande de colocarem os sentimentos para fora, até mesmo no próprio processo tradicional da psicoterapia, onde o diálogo é muitas vezes limitado pelos filtros de vergonha, medo e dúvida que temos em nossa mente”, conta.

De acordo com a psicóloga, isso não acontece no tratamento proporcionado pela arteterapia. “É como se a arte driblasse esses filtros racionais que a gente tem. Por isso, durante esses processos artísticos, a gente consegue alcançar lugares, sentimentos e emoções que não chegaríamos de uma forma tradicional, à base de conversa”, salienta.

Ainda de acordo com ela, para quem não trabalha com arte e não faz isso o tempo todo, é uma experiência bem diferente. “Muitas das vezes nós paramos para pensar sobre nós mesmos, no que acreditamos, e não chegamos a nenhuma resposta. E o objetivo da oficina é justamente esse, de instigar o autoconhecimento”, salienta.

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