Vinhos Brancos no Natal ? Sim! Porque não?
Poucos conhecem a grande versatilidade dos vinhos brancos, muito tem apenas curiosidade. Como o vinho tinto e os espumantes em especial acabam roubando a cena nas festas de fim de ano, acaba sobrando pouco destaque quando se fala em vinho branco. A máxima conhecida é: “Carnes vermelhas vão com tinto e carnes brancas vão com vinho branco”. Como se os vinhos brancos se resumem a isso. Mas não é bem assim. A variabilidade dos vinhos brancos vai desde as amplas harmonizações á composição de drinks deliciosos. E é disso que vamos tratar neste artigo.
Aproveitar a multiface dos vinhos brancos para explorar muitos drinks e bebidas de verão. Se imagine arrasando nas confraternizações, nos tais “amigos de fim de ano” seja amigo secreto, amigo oculto (que para mim é a mesma coisa, mas há quem diga que não) e até amigo da onça existe… São tantos os ‘amigos party’ de agora, enfim não importa. Sejam nas confraternizações, na ceia de Natal ou na noite do réveillon, ou simplesmente para impressionar na paquera, o bacana é você surgir com uma bebida distinta, surpreender seus convidados com algo diferente porém elegante. Que tal?
Então vem comigo! Vamos conhecer algumas receitas criadas em diversos países de onde se originaram drinks fáceis de fazer e que vão dar um toque todo especial às suas comemorações.
Vamos começar por nossos vizinhos Chile e Uruguai.
Chile – Terremoto chileno
Terra do grande poeta Pablo Neruda, dos vulcões, terremotos… vamos falar deste tradicional drink do Chile, nomeado por ‘terremoto chileno’. A história deste drink surgiu em 1985 quando um tremor de 8,0 graus na escala Ritcher atingiu a cidade de Val Paraíso (causando a morte de 177 pessoas). Logo após o ocorrido um barzinho chamado La Piojera criou essa receita, em homenagem a lembrança do ocorrido e o drink virou um sucesso.
Em um copo médio coloque duas bolas de sorvete de abacaxi
Coloque a quantidade de vinho branco até próximo a borda, pode ser um vinho mais adocicado, tipo Moscato ou Moscatel ou algum vinho colheita tardia que mais se assemelha com o vinho utilizado no Chile- pipeño.
Acrescente uma dose de Fernet Branca (pode ser substituído por Granadino também), finalize com o canudinho e está pronto!
Fácil, delicioso… é só alegria! Mas cuidado com esse drink, apesar de docinho dizem os chilenos que ele te faz perder o chão. Não é em vão o seu nome ser ‘terremoto do Chile’.
CLERICOT bebida típica uruguaia
A pronúncia é francesa (clericô), mas há relatos que a origem desse drink se deu na Índia, logo se tornou conhecido na Europa, como um drink que ajudava a amenizar o calor dos europeus (em especial na França), mas teve seu lar encontrado mesmo foi em terras uruguaias, especialmente no litoral como em Punta Del Este e José Inácio.
A base desta bebida é o vinho branco, geralmente um Chardonnay ou Sauvignon Blanc bem leve e aromático.
01 garrafa de vinho branco seco
200 ml de refrigerante de limão
200 ml de suco de laranja
Frutas cítricas de preferência; como morango, kiwi , abacaxi, uvas, melão e laranja )
Bastante gelo.
Coloque as frutas picadas em uma jarra, acrescente o suco de laranja, depois o refrigerante e por ultimo o vinho branco. Acrescente o gelo, mexa tudo e se delicie!
Partimos para Cuba! MOJITO
As vezes conhecer a história de um drink é um desafio, pois é comum existirem mais de uma versão. Mojito é uma dessas. Tem sua origem em Cuba, mais precisamente em Havana. Mas há quem pensava ser no México. Diz história que um almirante inglês ancorou seu navio em Havana no século XVI e ficou encantado pela gastronomia do caribe. Um dia decidiu misturar o rum com limão e hortelã e ficou impressionado com o resultado. Mojito é diminutivo de “mojo”, que significa “encanto”, ou “feitiço”.
O drink que é um clássico cubano ficou conhecido mundialmente. Tem como base o rum branco. Mas como o drink foi rompendo fronteiras, criaram uma versão mais leve substituindo o rum branco pelo vinho branco. Propício para climas tropicais. O vinho branco associado á hortelã torna esta bebida extremamente refrescante.
Um copo médio/grande
10 folhas de hortelã
01 colher de chá de açúcar
01 limão espremido
Macere as folhas de hortelã junto com o açúcar e o suco do limão. Acrescente vinho branco até a borda, coloque gelo, pedaços de limão picados pequenos e mais algumas folhinhas de hortelã.
Espanha e a típica Sangria
Infelizmente teria esse nome lembrado desta forma pelo derramamento de sangue que acontecia nas touradas. Por isso foi originada feita com vinho tinto que era misturado com água para ser servido durante as touradas em especial á pessoas de menor poder aquisitivo que não podiam pagar por um bom tinto seco puro. Mas, com o passar dos anos as criações autorais também permitiram fazer a sangria branca ou rose. Neste caso vamos de Sangria Branca
½ garrafa de vinho branco seco
- 200 ml de refrigerante de guaraná
- 200 ml de suco de laranja
- 2 maçãs picadas
- 2 kiwis picados
- 1 cacho grande de uvas sem sementes e picadas ao meio
- 1/2 abacaxi cortado em pedaços
- 4 pêssegos (em lata) picados
- gelo à vontade
Em alguns locais há quem acrescente espumante ou água mineral caso queira dar mais frescor e leveza.
Em uma jarra coloque as frutas picadas, acrescente o guaraná, o vinho branco o gelo e mexa bem devagar. Caso vá acrescentar espumante ou água coloque por ultimo.
Talvez você perceba uma semelhança entre os drinks; Clericot e Sangria – as frutas. A beleza desses dois drinks está no mix de frutas que resultam em um colorido chamativo e aromas muito agradáveis
Da Espanha à França – Kir
De acordo com registros Wikipédia, esse drink deve seu nome ao político francês Félix Kir, cônego herói da Resistência Francesa e prefeito de Dijon por 23 anos consecutivos. A bebida teria sido criada por um garçom de nome Faivre, no Café Georges da cidade borgonhesa em 1904, mas se tornou célebre a partir de 1945 por iniciativa de Félix Kir, que exigiu que o Cassis usado fosse o legítimo “Lejay Lagoute”.
Marcello Copello aclamado jornalista e atualmente uma das maiores influências conhecedores de vinho no Brasil diz que este era o coquetel predileto de Hercule Poirot, detetive mais famoso de Agatha Christie.
Na França de outros tempos era assim, nos conta o produtor de licores Gilles Merlet: aos homens era concedida a honra de beber um conhaque depois da refeição. Para as mulheres, licor de cassis, a groselha negra. (Jornalista Sergio Crusco na matéria da revista Dringue). Talvez seja daí o surgimento do Kir com licor de cassis.
Bom a verdade é que esse é um drink de diversas histórias por trás de sua origem e quanto à receita original (lembrando que estamos falando do Kir, mas também há o Kir Royale, fica para outro momento). O drink se internacionalizou por muitos países e atualmente esta é a maneira mais freqüentemente encontrada:
Em taça coloque 01 dose de licor de cassis ou licor de creme de cassis , acrescente vinho branco Chardonnay e dê um toque especial com uma cereja se preferir. Chique, fácil e muito gostoso!
Para finalizar não poderíamos deixar nosso Brasil de fora.
Vamos á nossa típica Caipirinha.
Quanto a origem ; “há uma versão popular a qual diz que a bebida foi criada inicialmente como remédio e teria sido inventada pelo fazendeiro Paulo Vieira na cidade de Piracicaba, no interior do estado de São Paulo, em 1918. Nesta época, quando alguns dos trabalhadores dele adoeceram por conta de um surto de gripe espanhola, ele teria feito uma mistura mistura com limão, alho e mel, no entanto, ao invés do álcool que era muito utilizado para acelerar o efeito terapêutico, ele teria colocado a cachaça que também era muito utilizada. “Até que um dia alguém resolveu tirar o alho e o mel. Depois, acrescentaram umas colheres de açúcar para adoçar a bebida. “O gelo veio em seguida, para espantar o calor”, explica Carlos Lima, diretor-executivo do Ibrac (Instituto Brasileiro da Cachaça fonte: caipirinhaprendada.com. br).
É reconhecido em nossa legislação como patrimônio cultural brasileiro, mas mesmo assim, acompanhando o ritmo da criatividade brasileira, já passou por várias modificações. Hoje encontramos caipirinhas com estilos de frutas diferentes (da tradicional feita com limão), leite condensado no lugar do açúcar, e a substituição da cachaça pelo vinho. Chegamos onde queríamos. Sim, e fica muito saboroso, diga-se de passagem.
A idéia é substituir o destilado que é mais quente, pelo vinho branco para um resultado de uma caipirinha mais fresca com acidez e refrescância, fica mais leve, excelente para clima como o nosso.
E com a versão do vinho branco fica ótimo também a opção de fazer usando o limão ou morangos. Quanto a escolha do vinho branco, pode ser suave ou seco, de acordo com seu gosto. Se vcê prefere este drink mis leve e fresco aposte no vinho seco, se seu gosto é por um paladar mais docinho, então é o vinho suave. Lembrando que a receita da capirinha já vai açúcar. Confira:
Macere em um copo médio, 3 morangos picados ou 3 limões,com uma colher chá de açúcar. Encha o copo com vinho branco gelado ( seco ou suave de acordo com seu gosto) acrescente gelo mexa devagar e aproveite.
Pronto! Agora você possui algumas excelentes opções para inovar nestas festas de fim de ano, tendo novas experiências com esses drinks e proporcionando novidade á suas companhias.
Cheers!