A prova final dos professores da geração Alpha

Houve um tempo em que a educação passava pelo alfabeto, de A a Z. Ainda é assim, claro, mas com um alfabeto diferente: da Geração Z a Geração Alpha. Enquanto ainda buscam entender os Gen Z para dialogar com eles de forma eficaz em salas de aula, os educadores precisam também rapidamente entender a Geração Alpha.

Um desafio digno de prova final.

Mas quem é a Geração Alpha? Essa turma reúne os nascidos do ano de 2010 ao de 2025 e seu representante mais velho tem hoje 13 anos. Sim, 13 anos em 2023, nesse mundo instantâneo, acelerado e que aproxima e maximiza acontecimentos como se tudo acontecesse bem na nossa frente.

Além disso, esses jovens são constantemente impactados por notícias, publicidade, memes e todo estímulo audiovisual já inventado até aqui. E nem adianta dizer que eles não têm acesso. Em 2021, a Pesquisa Panorama, realizada pela Opinion Box e pela Mobile Time, já apontava que 44% das crianças brasileiras entre 0 e 12 anos tinham seu próprio smartphone. O número, apesar de ligeiramente menor que no ano anterior (49%), contrastava com outro: 72% das famílias ouvidas buscavam restringir o tempo diário. Resta saber se conseguiram.

O mesmo material indica ainda que, além do acesso às ferramentas, esse grupo tem um perfil de independência, especialmente sobre tecnologia. Bateu uma dúvida? Eles sabem encontrar as respostas e muitas vezes sem pedir ajuda aos universitários – aliás, essa é uma referência que eles certamente não entenderiam.

Comento tudo isso para reforçar que, com essas características e sendo a primeira geração a nascer e crescer inteiramente no século XXI, em uma sociedade mergulhando em inteligência artificial, vejo hoje que o desafio da educação tem outro patamar. Tão importante quanto o que ensinar a um aluno de 13 anos, é como ensinar.

Acredito que a base do aprendizado seguirá a mesma. Valores como ética, curiosidade e pensamento crítico continuarão importantes e devem ser compartilhados de professor para aluno, talvez mais do que nunca. Mas o material escolar mudou e não só para o estudante. Os professores também precisam atualizar seus kits de ferramentas e conhecimentos.

É notável que o suporte oferecido pelo poder público e até mesmo por instituições particulares nem sempre é o suficiente para manter os mestres em dia com os melhores recursos. Mas ainda que falte o apoio da estrutura escolar à sua volta, tem uma portinha que pode ser aberta: a mente. E esta só depende do educador.

Sabemos que, para o professor, a sala de aula é seu ambiente e território sagrado, construído com base em muita tradição. Mas diante de uma geração que já nasce com as respostas (nem sempre as corretas) nas mãos, que crescerá em um mundo no qual é cada vez mais difícil diferenciar o real do manipulado digitalmente, não dá para se manter preso ao passado. Por isso, acredito que estarem abertos a usar todos os recursos possíveis é um passo essencial para os professores da Geração Alpha.

E os benefícios para quem ensina e quem aprende são muitos. Professores que dominam ferramentas digitais, como a Mesinha Digital, podem criar aulas mais envolventes e interativas, o que aumenta o engajamento dos alunos, tornando o processo de aprendizagem mais atraente e eficaz.

Com o domínio desses itens e pleno entendimento do que tem em mãos, professores podem personalizar o momento de ensino-aprendizagem, adaptando o conteúdo e as atividades para atender às necessidades específicas de cada aluno. A inclusão agradece.

Além de potencializar a sala de aula e de permitir que todos tenham chances iguais de aprender, o professor que sabe trabalhar com ferramentas digitais prepara o aluno para um mercado de trabalho cada vez mais tecnológico e que exigirá dos futuros profissionais outras competências.

Hoje já existem cursos específicos para capacitar professores no uso de ferramentas digitais. Há plataformas online, que oferecem desde conceitos básicos até estratégias avançadas de integração de tecnologia na sala de aula. Há ainda treinamento presencial ou online, com instituições educacionais, organizações governamentais e privadas, e workshops para professores que desejam aprimorar suas habilidades digitais. Também existem webinars e conferências sobre tecnologia educacional e até certificações em tecnologia educacional, com programas como a Certificação Google for Education.

Pensando na formação, acredito que o cenário nas faculdades de pedagogia varia significativamente e essa é uma questão que deveria ser olhada com mais cuidado pensando nos profissionais que estão sendo formados. Uma possibilidade positiva seria uma parceria entre faculdades de pedagogia e escolas que implementaram programas de tecnologia educacional para estágios. Essa experiência seria, com certeza, muito valiosa.

Independentemente dos desafios, em menos de 800 dias, estima-se um mundo com 2,5 bilhões de pessoas da Geração Alpha, e seu representante mais velho tendo apenas 15 anos. Não precisa ser um gênio da matemática para saber que a conta, para fechar de forma positiva no futuro, precisará de muito mais professores letrados nesse “novo alfabeto”.

Por Liliane Fernanda Ferreira, diretora da B2G, distribuidora da marca Quinyx

Sobre a B2G

A B2G é uma empresa focada em negócios para governos e iniciativa privada, com atendimento e envio para todas as regiões do Brasil. Fundada em 2020, com sede em Curitiba (PR), atua no fornecimento de aparelhos e ferramentas tecnológicas educacionais, como mesas digitais interativas, lousas interativas, totens, displays e outros equipamentos personalizados.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *