Artistas do Centro-Oeste são representados em feira de arte no Rio de Janeiro

Cerrado Galeria, com sede em Goiânia e Brasília, apresenta Estêvão Parreiras, Manuela Costa Silva, Miriam Inez da Silva e Paulo Pires na 14ª edição da ArtRio, um dos eventos mais renomados do setor no Brasil

Entre os dias 25 e 29 de setembro, a Cerrado Galeria participará, pela primeira vez, da Feira de Arte do Rio de Janeiro, a ArtRio. Em sua 14ª edição, o evento é reconhecido como um dos mais relevantes do calendário das artes da América Latina e, neste ano, estará sediado na Marina da Glória. Na ocasião, a Cerrado levará para a capital carioca o trabalho de quatro artistas do Centro-Oeste: Estêvão Parreiras, Manuela Costa Silva, Miriam Inez da Silva e Paulo Pires.

Assim, as obras representadas pela Cerrado estarão dispostas no Pavilhão Mar, construído na área externa da ArtRio, em um programa intitulado “Brasil Contemporâneo”. Com curadoria de Paula Borghi, esse espaço será destinado a artistas residentes fora do eixo Rio-São Paulo, com o objetivo de possibilitar uma visão mais ampla da produção artística nacional, detalhando a influência de questões culturais e econômicas, as histórias da região e a matéria-prima local.

A diretora da Cerrado Galeria em Goiânia, Júlia Mazzutti, conta que a participação na feira neste ano se deu a partir de um convite feito pela própria curadora Paula Borghi. A galeria será a única a representar artistas da região Centro-Oeste do Brasil, cujos trabalhos foram selecionados a partir de seu destaque nacional e de temáticas que dialogam com o programa “Brasil Contemporâneo”.

“É a primeira vez da Cerrado em uma feira na cidade do Rio de Janeiro. Começar integrando a ArtRio, um dos eventos de arte mais antigos e bem consolidados do país, é um passo muito importante para a galeria e os artistas representados. O público carioca, por sua vez, já é tradicionalmente muito envolvido com colecionismo de arte e percebemos o crescente interesse em arte contemporânea, o que vai ao encontro da proposta curatorial da Cerrado”, assegura Mazzutti.

Cultura do interior

O curador e diretor artístico da Cerrado Galeria, Divino Sobral, relata que os quatro artistas selecionados para a ArtRio são de três gerações diferentes, mas todos “herdeiros dos imaginários dos interiores do Brasil”. “São artistas que, em momentos e lugares distintos, desenvolveram suas técnicas, estruturaram suas linguagens e fundaram suas poéticas comprometendo-se com a figuração, retomando códigos representacionais tradicionais das histórias das artes erudita e popular”, afirma.

O conjunto de cerca de 30 obras que será exposto reúne pinturas, desenhos, escultura e cerâmica, abordando diversos assuntos como cotidiano, religiosidade, trabalho, ação coletiva e elaboração de mitologias particulares, conforme explica Sobral. “Em comum, elas expressam suas íntimas visões de mundo, seus conflitos existenciais, seus afetos em fluxo permanente e suas memórias individuais e coletivas, bem como suas experiências de estar no mundo”, descreve.

A ArtRio 2024 acontecerá de 25 a 29 de setembro (quarta-feira a domingo), das 14 às 21 horas, na Marina da Glória, localizada na Avenida Infante Dom Henrique, na Glória. A programação do evento contará, ainda, com debates e mesas-redondas, das quais o diretor artístico Divino Sobral e a artista Manuela Costa Silva vão participar no dia 27 (sexta-feira), às 17 horas e às 19 horas, respectivamente. Os ingressos para o evento estão sendo vendidos no site artrio.com/tickets e mais informações podem ser acessadas no site www.artrio.com.

Sobre os artistas representados

  • Estêvão Parreiras: Nascido em Minas Gerais, mora em Goiânia e é formado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Realizou mostras em Goiás, São Paulo e Amsterdã, na Holanda, além de ter recebido o prêmio de Artista Revelação de 2017 no Concurso SESI Arte e Criatividade.
  • Manuela Costa Silva: Nascida em Goiânia, a artista é formada em Artes Visuais pela UFG e desenvolve seus trabalhos por meio de desenho, pintura, instalações e videoarte. De 2019 a 2022, ela atuou como artista residente no ateliê do artista visual Dalton Paula, em Goiânia.
  • Miriam Inez da Silva: Nascida no ano de 1937, em Trindade, Goiás, a artista elaborou ao longo de cinco décadas de trabalho uma obra complexa e original em xilogravura e pintura. Sua formação artística foi realizada em duas cidades: Goiânia, na juventude, e Rio de Janeiro, cidade em que construiu sua carreira e viveu até sua morte, em 1996. Entre as exposições mais relevantes de sua trajetória, estão duas edições da Bienal de Arte de São Paulo (1963 e 1967), a Jovem Gravura Nacional no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, a Bienal da Bahia (1966 e 1968) e a Bienal de Gravura de Santiago do Chile (1969).
  • Paulo Pires: Nascido em 1972, em Poxoréo, no Mato Grosso, atualmente vive na cidade de Rondonópolis, no mesmo estado. Além de escultor, é desenhista e pintor. Aos oito anos, iniciou, de maneira lúdica e autodidata, a confecção de brinquedos em madeira e, aos 14 anos, começou a esculpir e comercializar pequenas peças. Hoje, trabalha com minerais como pedras de arenito e pedra-ferro.

Sobre a Cerrado Galeria

Fundada pelos empresários Lucio Albuquerque, Antônio Almeida e Carlos Dale em 2023, a Cerrado Galeria tem como intuito refletir o mundo a partir do Centro-Oeste do Brasil. Sua criação une mais de 30 anos de experiência e tem o objetivo de impulsionar a expansão da arte no território brasileiro, promovendo o cenário artístico regional. Assim como homenageia em seu nome o bioma da região onde está, a galeria destaca questões que envolvem ecologia, processos históricos e sociedade, evidenciando diversas manifestações culturais.

Para isso, a galeria promove mostras individuais e coletivas, conversas públicas, ações educativas e outras atividades voltadas ao desenvolvimento da produção e do mercado de arte na região, assim como sua circulação e presença no Brasil e no mundo. Em Goiânia, a Cerrado Galeria ocupa a casa modernista projetada por David Libeskind na Rua 84, no Setor Sul, conservando azulejos originais que são um marco da arquitetura goiana. Já em Brasília, há duas unidades no Lago Sul: a Cerrado Galeria e o Cerrado Cultural.

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