Besouros, joaninhas e microvespas podem ajudar a eliminar pragas em hortas e plantações. Saiba como
Engenheiro agrônomo e docente do Centro Universitário UniBH, Carlos Henrique Pedrosa dá dicas sobre a utilização de predadores naturais para ajudar no controle biológico em vegetações
Insetos muitas vezes são um grande problema em lavouras e hortas, mas nem todos são pragas. Alguns, na verdade, trazem muitos benefícios para as plantações e são considerados aliados dos agricultores por ajudarem a manter o equilíbrio ecológico e reduzir a necessidade de pesticidas químicos. Esses insetos atuam como predadores naturais das pragas, alimentando-se de pulgões, lagartas e outras espécies que podem causar danos significativos às plantas.
De acordo com o engenheiro agrônomo e docente do curso de Agronomia do Centro Universitário UniBH, Carlos Henrique Pedrosa, há vários tipos de insetos que podem colaborar no controle biológico das hortas e plantações. “Apesar da maioria da população pensar que os insetos, de modo geral, são nocivos às plantas, alguns deles acabam auxiliando no cultivo. Temos exemplos como as microvespas, que podem ser soltas em culturas de milho, milheto e outras gramíneas como cana – uma vez que atuam atacando as lagartas que predam essas culturas. Besouros da ordem dos coleópteros predam pulgões em diversas culturas e podem atacar essas pragas, sendo então inimigos naturais e auxiliando em diversas culturas como rosas, couves, couve-flor, repolho, entre outras”, conta.
Um outro exemplo são as joaninhas e crisopídeos, muito conhecidos por sua voracidade no consumo de pulgões. Uma única joaninha pode comer dezenas de pulgões por dia, ajudando a proteger plantas como alface, tomate e pimentão. Além disso, suas larvas também são predadoras eficazes, garantindo um ciclo contínuo de controle de pragas. O uso de joaninhas como agentes biológicos é uma prática comum em agricultura sustentável, promovendo um ambiente mais saudável para as plantas e reduzindo a dependência de produtos químicos.
No entanto, para contar com a ajuda desses insetos benéficos, é preciso saber fazer o controle biológico conservativo, ou seja, criar um ambiente que favoreça a sua sobrevivência no ambiente. “É importante frisar que além de estabelecer o contato do inimigo natural com a cultura, a gente precisa propiciar um ambiente favorável ao seu desenvolvimento. Desta forma, o ambiente de cultivo deve ser equilibrado, evitando inseticidas e outros produtos que possam ser tóxicos a esses insetos e reduzir a sua população. Mantendo uma população de inimigos naturais, possível manter a praga sob controle”, destaca o professor.
Para identificar se um inseto é benéfico na eliminação de pragas em plantações, é essencial observar seu comportamento alimentar e ciclo de vida. A presença de alguns deles pode ser incentivada pelo plantio de flores e ervas que atraem esses predadores. A observação cuidadosa das plantas e a pesquisa sobre as espécies de insetos presentes na horta ajudam a distinguir os benéficos dos prejudiciais, permitindo um manejo mais eficaz e sustentável das pragas.
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