Crescimento de marketplaces chineses liga alerta nos varejistas nacionais

Especialistas Rodrigo Giraldelli e Alex Moro analisam cenário com aumento da participação das empresas asiáticas no país e apontam alternativas para o comércio nacional

Antecipação da moda, baixo custo e inteligência artificial são as principais características que tornaram a Shein a varejista on-line de maior sucesso, em 2022. Não à toa, o crescimento do marketplace chinês, no Brasil, já superou em vendas os maiores nomes nacionais, como Renner, Riachuelo e C&A em vendas. Segundo o relatório do BTG Pactual, a Shein faturou R$ 8 bilhões, em 2022, um salto de 300% em relação a 2021. Outros players asiáticos também estão ganhando espaço entre os consumidores brasileiros. De acordo com a pesquisa Webshoppers, da NielsenIQ|Ebit e Bexs, em 2021, 56% dos consumidores brasileiros já tinham realizado compras na Shopee, 21% na Shein e 44% no AliExpress. Para o consultor em importação da China, Rodrigo Giraldelli, a competição com as chinesas promete antecipar a modernização do varejo brasileiro quando o assunto é a experiência do consumidor. Já para o especialista em marketplace, Alex Moro, as asiáticas ainda não representam um risco aos lojistas brasileiros, apesar de assumirem uma maior fatia do mercado nacional.


Especialista em marketplace Alex Moro

No caso da Shein, a chinesa teve um crescimento dez vezes maior do que a média de todas as empresas brasileiras, em apenas um ano, segundo dados divulgados pelo BTG Pactual. Com sede na China, a empresa tem expandido rapidamente para outros países, incluindo o Brasil, onde está ganhando cada vez mais adeptos. Com rápido crescimento de vendas, a Shein já ultrapassou a projeção anual para todo o Grupo Soma. Contudo, para o especialista Rodrigo Giraldelli, a competitividade abre um novo olhar para os formatos de negócios tradicionais. “Nenhum varejista brasileiro atua da forma que a Shein faz aqui no país, com uso de inteligência artificial para identificar as roupas similares as das fotos propostas pelos clientes, descontos para indicações e postagens nas redes sociais e até cupons em joguinhos disponíveis no próprio app. Essa competição vai forçar muitos concorrentes a investirem não só em inteligência artificial, como também em marketing de conteúdo, gameficação nas compras e outras estratégias abordadas pela chinesa”, explica Giraldelli.

Já para o especialista em marketplace Alex Moro, apesar do crescimento exponencial dos asiáticos, nenhum concorrente chinês gera ameaça direta aos lojistas físicos ou on-line brasileiros. “Como essas empresas estão sediadas na Ásia, não existe uma competitividade direta com o mercado brasileiro quando o assunto é prazo de entrega. O cliente, muitas vezes, paga mais caro em uma compra no mercado livre ou em outros e-commerce nacionais do que na Shopee ou Shein, porque a entrega é imediata ou em até três dias. Além disso, quando o assunto são as lojas físicas, vale ressaltar que, por mais que o mercado digital esteja crescendo, ele ainda não representa nem 15% das vendas totais, no Brasil. Por isso, uma boa estratégia é utilizar o negócio físico para potencializar a experiência de compra on-line, seja para o consumidor ver com os próprios olhos o produto, antes de fechar uma compra digital, ou até mesmo como estratégia de marketing, para ficar na lembrança dos consumidores. Foi o que a Shein fez com a sua loja pop-up na Barra da Tijuca, no ano passado”, argumenta Alex Moro.  

 


Consultor em importação da China Rodrigo Giraldelli

Contudo, de acordo com um relatório da XP Investimentos as decorrências da presença da varejista no solo brasileiro, o movimento de expansão da Shein é sim prejudicial para as companhias focadas em média e baixa renda, uma vez que a asiática tem planos de aumentar o ambiente já competitivo do setor. Para o especialista em importações da China, Rodrigo Giraldelli, o crescimento da gigante chinesa pode sim acender um alerta para os varejistas, mas não é necessariamente um risco, no momento. Para ele, ainda existe espaço no mercado nacional para os demais players. “Os lojistas brasileiros deveriam enxergar os diferenciais que levam a Shein e outros grandes marketplaces asiáticos a crescer e aproveitar esse momento para surfar essa onda. Eles não precisam ser concorrentes, mas podem atuar como fornecedores locais, aproveitando a estratégia de marketing e a inovação da própria plataforma”, finaliza Giraldelli, à frente da China Gate, consultoria e escola on-line pioneira sobre importação da China, com mais de dois mil alunos on-line em todo o Brasil.


Sobre Rodrigo Giraldelli, da China Gate: @rodrigogiraldelli

Formado em Administração de Empresas e Economia, o paranaense Rodrigo Giraldelli é um dos pioneiros na importação de produtos da China para o Brasil. CEO da China Gate, empresa especializada em consultoria e educação sobre importação, Rodrigo auxilia comerciantes que desejam ampliar sua margem de lucro com produtos do país asiático. Além da consultoria, Rodrigo também ministra cursos on-line para ensinar empreendedores sobre o ofício. Com profundo conhecimento em marketing digital, Giraldelli publica, semanalmente, conteúdos nas redes sociais (@chinagatebrasil) e em seu canal do Youtube sobre importação. 
 

Sobre Alex Moro:

Alex Moro é um dos pioneiros na especialização de vendas por meio de marketplace no Brasil.  À frente da 1ª escola on-line voltada para vendas nesse segmento, o santista já educou mais de 17 mil alunos diretos e mais de 500 mil pessoas por todo o país e hoje é considerado um dos especialistas mais renomados nesse mercado. Além de empreendedor na área, Moro também é Influencer Oficial, parceiro Oficial Amazon, Consultor Certificado do Mercado Livre e parceiro da Magazine Luiza, principais canais de vendas do mercado de e-commerce do Brasil. 

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