Dominar mais de um idioma facilita acesso a oportunidades de estudo no exterior
Com aumento do interesse dos estudantes em buscar conhecimentos em outros países, o bilinguismo é grande aliado
Cada vez mais estudantes buscam outros países para ampliar conhecimentos e experiências de vida. Segundo levantamento do STB – Student Travel Bureau, consultoria especializada em educação internacional, em 2022, comparado a 2019, a busca para realizar um intercâmbio cresceu 30%. Os destinos mais procurados, conforme a SBT, são Canadá, Estados Unidos (EUA), Inglaterra, Austrália e Irlanda.
A diretora da Escola Canadense Maple Bear, Sabrina Oliveira, observa que o interesse dos estudantes por fazer universidade fora cresceu porque a realidade de mundo do jovem de hoje mudou. Ele tem mais acesso à informações em uma sociedade globalizada e conectada, além de ser ávido por experiências. Ela afirma que é indiscutível que dominar um segundo idioma abre portas para o estudo em diversos países, mas que os benefícios vão além. O impacto do bilinguismo vai além do acadêmico e profissional. Ele atinge a capacidade cognitiva e a própria saúde mental de longo prazo.
Um estudo feito pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, descobriu que crianças bilíngues têm maiores habilidades para manter o foco em determinada situação, mesmo quando encontram estímulos conflitantes. Outro estudo da Universidade George Mason, na Virgínia (EUA), concluiu que crianças bilíngues apresentam melhor desempenho não só no inglês, mas também em outras disciplinas, do que as crianças que dominam apenas a língua mãe. Segundo os estudiosos, isso seria reflexo de um alto grau de concentração.
Sobre as vantagens do bilinguismo, a diretora destaca a expansão e ampliação das habilidades, com benefícios que podem se estender por toda a vida. “A criança, quando imersa nesse contexto da segunda língua, se torna capaz de diferenciar os fonemas e, a partir disso, para o resto da vida, ela terá facilidade em aprender não só outros idiomas, mas ter uma maior flexibilidade mental, raciocínio lógico e matemático, organização e estratégia. É como se o cérebro passasse por melhorias, o que chamamos de sistema executivo”, destaca a educadora.
“Outra grande vantagem para a criança é que desde muito pequena ela já se torna uma cidadã do mundo, tendo acesso a diferentes culturas, com diferentes costumes, pessoas de lugares diferentes do mundo, ela se torna mais ativa. Isso altera positivamente o funcionamento do cérebro, ela vai potencializar as áreas de aprendizado, a consciência fonológica, que é a capacidade de compreender o que você está lendo, o que escuta, amplia o armazenamento da memória, então o cérebro consegue descartar aquilo que não é tão importante e não priorizar aquilo que você já sabe. A capacidade das múltiplas tarefas, o que a gente chama de plasticidade cerebral, ela também passa a ser mais elaborada com esse estímulo”, completa a diretora da Escola Canadense Maple Bear Goiânia. A instituição bilíngue, com oferta da língua inglesa, inicia os estudos do segundo idioma já nos anos iniciais da vida escolar, focando na facilidade e naturalidade que essa criança terá ao longo dos anos.
O aumento do interesse dos estudantes também estimulou a Escola Canadense a implantar em Goiânia, em 2024, o primeiro High School/Ensino Médio em Goiânia voltado a preparar os estudantes para universidades brasileiras e estrangeiras. Na formação, os estudantes poderão obter uma dupla certificação: a do Ensino Médio brasileiro e a do Ensino Médio canadense.
A dupla certificação está em conformidade tanto com o currículo e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), uma vez que as disciplinas da formação geral básica são ministradas na língua portuguesa; quanto com a regulamentação canadense. O aluno fará uma grade de 4000 horas-aula ao longo de três anos, porque fará disciplinas do currículo estabelecido pelo Canadá. “Com isso, os alunos estarão sendo preparados tanto para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e os vestibulares brasileiros quanto para o ingresso em universidades estrangeiras com a mesma excelência”, relata Oliveira. Ela lembra que mesmo que o aluno não seja fluente em inglês, ele pode conseguir cursar o Ensino Médio bilíngue, desde que apresente uma base, que será identificada em um teste de proficiência; além disso a escola Maple Bear oferece suporte aos estudantes que necessitarem, por meio do programa de entrada tardia, por exemplo.