Especialista reforça prevenção de doenças infectocontagiosas típicas da primavera
Com a primavera, muitas pessoas anseiam por dias mais ensolarados e temperaturas amenas. No entanto, essa estação tão esperada também traz consigo a possibilidade de várias doenças sazonais que merecem nossa atenção, principalmente com a chegada do El Niño 2023. Do ponto de vista epidemiológico, essas variações de clima são um desafio global pelas alterações de uma série de exposições da população a diferentes fatores de risco. Causadas principalmente por alérgenos, microrganismos e mudanças climáticas, é comum o aumento da incidência de doenças típicas desta estação, como: catapora, sarampo, caxumba, evitáveis por vacinas e, ainda, conjuntivite, rinite alérgica, asma, entre outras. “Alérgenos de pólens liberados no ar provocam sintomas quando entram em contato com a mucosa das vias respiratórias e conjuntiva de pessoas previamente sensibilizadas, causando irritação nos olhos, nas mucosas nasais e na garganta. Esse processo ocorre devido às variações de temperatura e umidade, permitindo que os vírus e as bactérias encontrem condições ideais para se propagarem e se multiplicarem, aumentando assim o risco de infecções”, explica a infectologista do Sabin Diagnóstico e Saúde, Ana Rosa dos Santos. Além de conservar os ambientes sempre limpos, arejados e livres de ácaros e poeira para evitar crises respiratórias, à exemplo da asma, os especialistas também destacam a importância da prevenção das doenças infecciosas com maior prevalência nesta época do ano. “As vacinas continuam sendo a forma mais eficaz para evitar doenças e, para algumas, são a única forma de prevenção, podendo, inclusive, evitar complicações e amenizar a evolução do quadro clínico”, defende. Muito comum na infância, por exemplo, o sarampo é uma doença infecciosa aguda, muito contagiosa. “Esta é uma enfermidade de extrema gravidade, que causa complicações que debilitam consideravelmente o organismo, com queda da imunidade. Isso resulta no aumento de infecções secundárias, como diarreia, pneumonia e encefalite, problemas que, anteriormente à introdução da vacina na década de 1960, eram mais frequentes nas crianças”, pontua a infectologista. A caxumba é mais uma doença que surge nesta época, transmitida por vias respiratórias, e responsável por quadro clínico agudo e altamente contagiosa. A proteção a essas doenças é feita com a tríplice viral, que protege contra o sarampo, a caxumba e a rubéola, e já deve ser aplicada na criança assim que completa o primeiro ano de vida. Já a segunda dose é indicada para os 15 meses de vida, com ao menos 30 dias de intervalo. Na tetra viral, além das três doenças da tríplice, a proteção inclui a varicela, causadora da catapora na infância, nesta época do ano. Já a vacina contra a varicela pode ser administrada na sua forma isolada (somente varicela) ou na combinação tetra viral. Adolescentes devem receber duas doses, sendo indicado um intervalo de três meses entre cada aplicação para menores de 13 anos e, a partir dessa idade, um espaçamento de um a dois meses entre cada dose. A catapora acomete os não vacinados e a doença é mais grave nos adolescentes e adultos. No caso dos adultos, aconselha-se tomar duas doses com intervalo de um a dois meses entre elas. A infectologista ressalta ainda a importância de se manter o cartão de vacinas sempre atualizado – em todas as etapas da vida. “O cartão de vacinação é um documento extremamente importante, pois registra as doses que a pessoa tomou e as doses subsequentes que ainda devem ser aplicadas para completar o esquema de cada vacina, especialmente se requerer mais de uma dose. O cartão deve estar à mão quando a pessoa vai ao posto ou à clínica de vacinação. O registro de retorno é agendado com a indicação, por exemplo, da data do reforço, para que seja possível acompanhar e garantir a imunização de forma correta”, destaca.