Goiás cria sala de situação para monitorar doenças causadas pelo Aedes Aegypti
Grupo de trabalho acompanha diagnósticos e define ações de combate; estado registrou mais de 65 mil casos da doença neste ano
O Governo de Goiás implantou, no âmbito da Secretaria de Estado da Saúde (SES), uma sala de situação para monitorar o avanço das doenças causadas pelo mosquito Aedes Aegypti – como dengue, zika e chikungunya – durante o período chuvoso, que deve se intensificar entre os meses de janeiro e março de 2024. Além de representantes da pasta, a Defesa Civil também integra o grupo de trabalho.
“Nós estamos num momento de alerta para arboviroses, principalmente dengue e chikungunya, com várias entidades já alertando sobre a possibilidade de aumento de casos devido ao El Niño e à circulação dos sorotipos 3 e 4. Então essa equipe monitora e também desencadeia ações oportunas em relação ao controle das doenças”, pontuou a superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Flúvia Amorim.
A sala de situação trabalha com reuniões semanais para elencar cidades prioritárias, onde deverão ser reforçadas as ações de combate ao vetor. “Esses municípios terão uma atenção maior por parte da SES, principalmente no que se refere ao controle do Aedes, monitoramento dos casos, vigilância laboratorial e assistência”, explicou. O objetivo é ainda intensificar a testagem para as arboviroses no Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen).
A SES, que já realiza capacitações com os profissionais das secretarias municipais de saúde, irá intensificar o trabalho, com orientações sobre o manejo clínico adequado e a devida condução dos casos de dengue, para evitar o agravamento do quadro e a possibilidade de evolução para óbito. Aliado a essas ações, o Governo de Goiás iniciou uma ampla campanha de conscientização da população (tv, rádio e internet).
Um dos resultados práticos desse modelo de atuação é uma força-tarefa em execução no município de Águas Linda de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. Diante de um aumento recente no número de casos, a Saúde enviou uma equipe exclusiva com 14 técnicos para ações de manejo ambiental, identificação e eliminação de criadouros, utilização de quatro ciclos de nebulização e drones para verificação de áreas. O cronograma segue até o final de março.
Em relação à assistência, a SES também vai orientar os municípios na organização de espaços estratégicos e alternativos para atendimento, estabelecendo um fluxo bem definido para regular os casos graves. Unidades como CEAPSOL, Hospital de Dermatologia Sanitária (HDS) e Hospital de Pirenópolis funcionar para retaguarda de internação para dengue. O Hospital de Doenças Tropicais (HDT) será priorizado para casos graves.
Cenário
Goiás já registrou, em 2023, 65.293 casos de dengue e 38 óbitos pela doença. Já com relação à chikungunya foram 2.131 confirmações e 7 mortes. Para zika foram 29 casos confirmados e nenhum óbito registrado. No caso da dengue, a maioria dos registros mostra a maior circulação do sorotipo 1, neste ano ainda não há registro do tipo sorotipo 3.
Fotos: SES