Integrar ou separar ambientes? Na dúvida, fique com os dois

Novas soluções em apartamentos permitem que moradores adaptem os ambientes conforme a situação, dando fluidez e mais usabilidade a espaços

A integração de ambientes virou um trend da decoração dos últimos anos. Seja em ambientes residenciais ou comerciais, a ordem foi derrubar as paredes e colocar o máximo de atividades integradas em um grande vão. Nas residências, a varanda integrou-se ao estar, que foram integradas à cozinha por sua vez. Até mesmo a sala de TV passou a estar no mesmo ambiente, tudo junto e misturado mesmo. Mas o tempo passou e a solução ideal para os momentos de reunião em grupos, mostrou que nem sempre é prática no dia a dia.

De acordo com a arquiteta Adriana Mundim, ao mesmo tempo que um apartamento compacto pode ficar mais confortável e mais moderno se adotar a integração, pois permite ter mais amplitude, pode também gerar desconforto em algumas situações que exigem mais privacidade. Por isso, segundo ela, soluções adaptáveis e flexíveis fazem muita diferença no ambiente. 

A arquiteta foi a responsável por desenvolver o decorado do apartamento de 66m² do Nest23, empreendimento da Terral Incorporadora, que será construído no Setor Bueno, em Goiânia. Ela adotou a porta camarão como alternativa para separar e integrar o home office à sala de estar. “É um equipamento que possibilita adaptar a casa a diferentes contextos e situações, dependendo da rotina dos moradores. Estamos em um momento em que o home office está mais requisitado e, muitas vezes, uma pessoa que mora em um espaço mais compactado necessita de mais amplitude. Porém, alguns momentos pedem mais privacidade, como reuniões de trabalho”, destaca.

No projeto, a porta camarão foi feita apenas em meia parede porque o volume do sofá cobre a mureta. A arquiteta ressalta que os interessados em adotar essa inovação devem ficar atentos à forma como serão instaladas essas portas. “São equipamentos que giram, movem ou recolhem e, com isso, alguns cuidados devem ser levados em consideração, como o bloqueio de interruptores e até mesmo o bloqueio de algumas passagens”, alerta Mundim. 

Ela também destaca para o cuidado na escolha do tipo de material que será adotado. “A pessoa tem que saber se quer privacidade visual, se quer um tipo de bloqueio para cheiros ou para sons. Com isso, pode-se escolher se a divisão será com portas de vidro ou madeira, por exemplo”, completa.

A porta camarão adotada no decorado do Nest23 é formada por madeira com vidros em uma única face do objeto, situação que permite o reflexo de objetos. “Como o Nest23 vai ficar em um espaço sem bloqueio visual de construções, essa solução é perfeita, porque pode refletir o céu de Goiânia. Porém, alguns ambientes não são tão valorizados assim e o vidro pode refletir um pedaço da fachada de um prédio vizinho que a pessoa não goste tanto. Tudo isso deve ser avaliado no momento de se decidir por essa solução”, comenta a arquiteta.

Cozinha

Outro projeto que resolveu adotar essa solução versátil foi a arquiteta Marina Neiva em seu projeto para o decorado do Maestro Residenza, empreendimento  Innovar Construtora, WV Maldi e Joule Participações. Para o living do apartamento de 148 metros quadrados, ela apostou na integração com a cozinha, mas trouxe uma alternativa para se separar os espaços quando for conveniente para a família.  

“A cozinha integrada é muito boa para receber alguém ou quando o morador vai botar a mão na massa, unindo quem está cozinhando e as visitas. Porém, no dia a dia, é difícil a cozinha ficar o dia inteiro organizada, sendo o ideal ficar fechada”, destaca a arquiteta.

Neiva optou por um vidro canelado que, apesar de dar uma certa privacidade, ainda permite ter uma ideia do movimento e amplitude mesmo quando está fechada. A arquiteta ainda afirma que a cozinha integrada é uma tendência já que possibilita soluções de acordo com a vontade do morador conforme uma determinada situação. “Há várias formas de tecnologia para se fazer essa divisória, como esteio de marcenaria e vidros estruturados apenas no teto. Neste último caso, não há trilhos no chão, o que dá uma sensação ainda mais agradável”, completa a arquiteta.

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