Localizado no centro do país, Goiás pode se tornar um novo polo aeronáutico
Mega empreendimento que está sendo construído no coração do Brasil, na região metropolitana de Goiânia, terá capacidade para receber empresas de todos os segmentos da aviação, inclusive a fabricação de aeronaves, hoje concentrada principalmente no estado de São Paulo
A Indústria Aeroespacial Brasileira ou Indústria Aeronáutica é conhecida internacionalmente como uma das mais modernas e produtivas do mundo. Temos a terceira maior fabricante de aeronaves do planeta, a Embraer. A empresa sozinha detém 90% deste mercado de fabricação de máquinas voadoras, o que inclui, além de aviões, helicópteros, jatos de defesa aérea, drones e outros. Para se ter uma ideia, a expectativa de faturamento da fabricante é de US$ 5,2 bilhões e US$ 5,7 bilhões, neste ano de 2023.
O setor abrange a produção e venda de aviões , foguetes, satélites, helicópteros e os componentes dessas máquinas. Mas aqui no Brasil, a indústria aeronáutica fabrica essencialmente aviões leves e médios, embora existam iniciativas nas demais áreas.
Hoje, o principal e maior polo industrial aeroespacial do país está situado no Estado de São Paulo, que abriga mais de 100 instalações para a fabricação de aviões e responde por 73% das unidades produzidas no Brasil, segundo dados da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB). Mas Goiás, estado estrategicamente localizado no centro do país e que já é o terceiro maior polo de manutenção de aeronaves do Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), pode se tornar um novo polo de indústria aeronáutica ou aeroespacial.
E essa realidade está muito mais viável do que se imagina. Isso porque, até o fim de 2024, deverá ter início as primeiras operações do Antares Polo Aeronáutico, que além de um moderno executivo, disponibilizará áreas para abrigar indústrias de aviação, sejam para fabricar peças, acessórios e montagem de aeronaves. “Temos sim terrenos preparados para abrigar fabricantes de aviões e outros tipos de aeronaves e, inclusive, já fomos sondados por algumas empresas do setor”, revela Rodrigo Neiva, diretor comercial do mega empreendimento que está sendo construído no centro do país, mais especificamente na cidade de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana de Goiânia.
O empreendedor explica que nesta primeira fase, a área mínima comercializada no Antares é de 1.000 m2, mas dependendo da necessidade da empresa há disponibilidade de áreas de até 100 mil m2 ou mais. “Temos terrenos para atender seja qual for a demanda operacional”, diz.
Consórcio goiano
Capitaneado pelas empresas goianas Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e RC Bastos Participações, o Antares será edificado numa área de 209 hectares, e os investimentos só na construção da primeira fase são da ordem de R$ 100 milhões. Com projeto que requereu cerca de dez anos para cumprir todas as suas etapas de aprovação, tanto no que diz respeito ao cumprimento das legislações ambientais e de uso do solo, quanto junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Antares Polo Aeronáutico promete atrair empresas de todos ramos da aviação como táxi aéreo, serviços aeromédicos, manutenção de aeronaves, hangaragem, cargas aéreas e outras negócios correlacionados, como: empresas de transporte e logística, distribuidoras de combustíveis, hotéis executivos e outros.
“Goiás na sua centralidade em relação ao Brasil é um estado que possui muitas especificações para atender a todos os serviços e infraestruturas ligadas à aviação. Nessa área de manutenção de aeronaves, por exemplo, temos aqui muitas empresas com certificação nacional e internacional, e temos aqui uma mão de obra extremamente qualificada para esse mercado”, afirma o empresário e um dos empreendedores, Rodrigo Neiva.
Além de terrenos para abrigar empresas de todos esses segmentos, o empreendimento contará com um moderno aeroporto privado, cuja pista de pouso terá extensão de 1.980 metros e a largura passará de 45m, o que possibilitará a operação de aeronaves de maior porte. O PCN (Número de Classificação do Pavimento) suportará pousos e decolagens de, por exemplo, um Boeing 737-800. Na sua primeira fase de construção, também serão entregues a área de embarque e desembarque e 72 lotes entregues de 1.000m² a 1.500 m², já com toda a infraestrutura necessária para a instalação de hangares e serviços ligados à aviação, o que inclui cabeamento em fibra ótica, pavimentação asfáltica, redes de água, esgoto e elétrica.