Telemedicina, sem caminho de volta
Por Guilherme Weigert, CEO do Grupo Conexa
Quando inovações surgem, a percepção das pessoas em um primeiro momento pode ser de aceitação ou de estranhamento. Afinal, por que não seguimos da forma que fazíamos antes? Por que confiar em algo que nunca tivemos experiência ou que parece apresentar diversos obstáculos? Sim, confiar no novo é um exercício; uma prática que, com a pandemia, tem reforçado, cada vez mais, a tendência de que a telemedicina é um caminho assertivo e não um desvio temporário.
O noticiário recente e pesquisas acerca do tema, como a publicada em julho pela consultoria Mckinsey, que relata o aumento de atendimentos de telessaúde, a aceitação dos pacientes e os investimentos contabilizados para potencializar esse segmento, reiteram essa máxima. O fato é que em meio aos recentes surtos de Covid-19 e Influenza, com hospitais congestionados, profissionais da saúde impactados pelas enfermidades e muitas pessoas buscando diagnóstico para a adoção dos protocolos cabíveis, mais uma vez, a telemedicina ganha espaço, suporta o sistema de saúde e traz mais tranquilidade, agilidade, comodidade e segurança àqueles que utilizam o serviço. Isso porque o paciente pode ser atendido por uma série de profissionais, que podem estar em qualquer localidade, sem o risco de contaminação, sem longas filas, sem gastos adicionais de deslocamento ou a preocupação de escassez de corpo clínico, como ocorre em algumas cidades.
O que estou querendo dizer é que, dos mais de 6 milhões de atendimentos registrados desde o início da pandemia pelo Grupo Conexa, o crescimento nas últimas semanas foi exponencial e tem nos ajudado a compreender que não se trata de mais um movimento de escolha em meio à escassez, mas de um comportamento em prol dos benefícios agregados. Em todo o Brasil, entre novembro de dezembro de 2021, registramos aumento de 150% nos atendimentos digitais. Algo que continua em alta e oferta um tempo de espera extremamente aceitável, como o de 28 min, atingido em 11 de janeiro de 2022. Mesmo com a alta procura, os 70 mil profissionais que operam em nossa plataforma se fazem engajados e querem contribuir para que todos saiam dessa situação alarmante.
E o mais relevante em meio a todos esses argumentos é que, independentemente da urgência, um atendimento via telemedicina nunca é somente na causa. Apresentar um perfil de análise mais ampla, que respalde a saúde integral, no momento e após uma infecção, por exemplo, se faz fundamental. O principal ponto não é auxiliar na cura ou tratamento da doença, mas manter aquele paciente saudável, ao longo das semanas, meses e anos.
Tudo se dirige para uma via em que cuidemos de nossa saúde da mesma forma e facilidade que verificamos os posts no feed de uma rede social. Se somos capazes de nos adaptar ao novo – e disso eu não tenho dúvidas – como não reconheceremos uma solução voltada ao nosso bem-estar e à democratização da saúde? Sim, não há dúvidas, a telemedicina já é realidade e só tende a melhorar.