Trabalhadores da rede de saúde de Anápolis discutem projeto de combate à sífilis
Workshop, que começou nesta segunda-feira, 16, visa a qualificação profissional em manejo clínico-epidemiológico da doença
Trabalhadores da saúde da rede pública e privada de Anápolis participaram nesta segunda-feira, 16, na UniEvangélica, de um workshop para qualificação profissional em manejo clínico-epidemiológico da sífilis. A ação, dividida em três oficinas, está sendo realizada durante essa semana pela Diretoria de Vigilância em Saúde, em parceria com a Escola Municipal de Saúde de Anápolis e toda a Rede de Atenção à Saúde. O evento faz parte do projeto nacional de combate a essa doença chamado “Sífilis Não”.
A secretária Municipal de Saúde, Elinner Rosa, fez questão de participar desse momento. “É de extrema importância falarmos sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), o que inclui a Sífilis, como proposta de combate aos números alarmantes da doença. Quanto maior a mobilização, maior esclarecimento sobre os cuidados necessários e adesão ao tratamento”.
Segundo Júlia Oliveira, responsável pela Escola Municipal de Saúde, “esta configura-se, mais uma promissora estratégia da Escola Municipal de Saúde de Anápolis, com a Diretoria de Vigilância em Saúde em parceria com toda a Rede de Atenção à Saúde, nos processos de transformação das práticas de gestão”.
Sobre o projeto “Sífilis Não”, a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Mirlene Garcia, destaca que o fortalecimento da rede para redução das taxas de sífilis congênita, sífilis em gestante e a sífilis adquirida, foi primordial para sua implantação. “Na atual etapa estamos envolvidos na qualificação dos profissionais da rede básica, especializada e unidades hospitalares no diagnóstico e manejo dos casos de sífilis”.
“Foram notificados mais de 800 de casos de sífilis no município no ano de 2022, ressaltando que esse número pode ser expressivamente maior, sendo 69% homens, e 221 casos de sífilis em gestantes, com 75 casos de sífilis congênita no ano de 2022. Em outubro de 2023, os índices já superam o ano 2022”, disse Mirlene Garcia.
A sífilis é uma IST curável e exclusiva do ser humano, que embora tenha seu diagnóstico e tratamento descobertos há décadas, se mantém como problema mundial afetando pessoas sexualmente ativas de todas as classes sociais. Quando não tratada pode evoluir para formas graves e cuidados especiais devem ser direcionados às mulheres em idade reprodutiva.
Grávidas infectadas pela sífilis, sem diagnóstico e tratamento oportuno podem transmitir a infecção ao feto, podendo causar aborto, óbito fetal e morte neonatal ou o nascimento de crianças com sífilis congênita. O Brasil, assim como outros países, enfrenta uma reemergência da doença com alarmante aumento de incidência e os profissionais de saúde devem estar preparados para o diagnóstico e controle da doença.