Vacina Trivalente

O vírus Influenza sofre mutações de um ano para o outro, por isso, os médicos recomendam a vacinação para todas as idades, em todos os anos. O período ideal para se vacinar é entre abril e maio. Assim, quando o inverno chegar, os níveis de anticorpos estarão adequados para combater os vírus da gripe.

A vacinação contra a gripe na rede pública atende a um público específico que inclui crianças de 6 meses a 6 anos, gestantes e idosos, dentre outros grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde. As pessoas que estão fora do público-alvo da campanha podem buscar o imunizante na rede privada. Segundo a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, complicações por dengue e gripe ao mesmo tempo podem sobrecarregar o sistema de saúde, por isso não se deve descuidar das doenças respiratórias, típicas do outono, que acabou de começar e do inverno.

No Brasil, os casos de gripe acontecem com maior frequência nos meses mais frios do ano, sendo importante causa do aumento do número de internações hospitalares por pneumonia e mortes. A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir a gripe – que por sua vez, é mais grave que um simples resfriado – e suas complicações. O objetivo da vacinação contra a gripe é reduzir hospitalizações e óbitos pela infecção pelos vírus influenza. Na rede pública, as doses são trivalentes, ou seja, protegem contra influenza A (H1N1 e H3N2) e o influenza B. Diferente do imunizante oferecido no SUS, a Vacina Influenza Tetravalente 2024 protege contra um número maior de cepas do vírus. Ela está indicada para indivíduos a partir de 6 meses, sem limite superior de idade e é ofertada em laboratórios e clínicas privados. Além disso, há uma vacina da gripe específica para os idosos, que só está disponível na rede privada. A Vacina Influenza Tetravalente – Idoso, edição 2024, está indicada para indivíduos a partir de 60 anos. É uma vacina que possui uma maior quantidade (High dose) de antígenos, aumentando a eficácia da vacina em 24%, no paciente idoso.

Muitas pessoas se perguntam se é realmente necessário se vacinar contra a gripe todos os anos. A resposta é sim e a infectologista do Laboratório Padrão/Grupo Fleury, Marília Turchi explica o motivo. “O vírus Influenza sofre mutações de um ano para o outro, por isso, os médicos recomendam a vacinação para todas as idades, em todos os anos. A composição dos imunizantes segue a orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) com base nas informações recebidas de uma rede de vigilância sobre a prevalência das cepas circulantes no ano anterior, através de laboratórios espalhados por vários países dos hemisférios sul”, explicou.

Ainda de acordo com o especialista, o vírus influenza é transmitido de pessoa a pessoa com extrema facilidade e tem um curto período de incubação, de 1 a 7 dias. “Após 10 dias da vacinação, já temos anticorpos protetores. A duração da proteção varia de 6 meses a um ano, e é muito importante a revacinação anual. Não é necessário o intervalo de um ano entre as doses anuais”, esclareceu a Dra Marília Turchi.

Segundo a infectologista do laboratório, as manifestações clínicas são bem mais intensas que as do resfriado. “Febre alta, calafrios, mal-estar, tosse produtiva, dor de garganta, cefaleia, mialgia e, frequentemente, deixa a pessoa acamada. Por isso recomendamos a vacina influenza, para proteção da infecção pelo vírus Influenza e prevenção dos casos graves e internações”, explicou a médica.

As vacinas da gripe estão disponíveis nas unidades Sul, Marista, Novo Horizonte, T4 Kids, Caldas Novas e Goianésia do Laboratório Padrão. É possível também agendar a imunização pelo serviço de saúde móvel do laboratório, o SaúdeMob. Mais informações pelo WhatsApp (62) 4020-9005 ou www.saudemob.com.br. Para ainda mais comodidade, o aplicativo está disponível para celulares android e IOS.

Confira abaixo 25 dúvidas da população sobre o imunizante e as respostas da médica infectologista do Laboratório Padrão, Marília Turchi

1. Quais são os sinais e sintomas de gripe?

Na infecção causada pelo vírus influenza, os sintomas da gripe podem surgir de maneira repentina, como febre, dor de garganta, tosse, dores no corpo, calafrio e dor de cabeça. O quadro tem resolução espontânea em aproximadamente sete dias, embora a tosse, o mal-estar e a fadiga possam permanecer por algumas semanas.

2. Como a gripe é transmitida?

O vírus é transmitido de pessoa para pessoa, através de gotículas respiratórias produzidas a partir da tosse ou espirro de pessoas contaminadas e também no contato com objetos que estejam contaminados pelo vírus, que é levado pelas mãos à boca, olhos ou nariz.

3. Qual é o período de transmissão?

Pessoas infectadas pelo vírus influenza podem ser capazes de infectar outras pessoas um dia antes do surgimento de sintomas e até 7 dias ou mais depois do início dos sintomas. Isso significa que a pessoa pode ser capaz de transmitir a gripe a alguém antes de saber que está doente.

4. Quais as diferenças dos sintomas da gripe e da Covid-19?

Não é possível fazer a diferenciação entre Covid-19 e influenza apenas pela avaliação clínica porque os sintomas e sinais das duas doenças são inespecíficos. Nesse contexto, os testes laboratoriais são fundamentais para identificar e distinguir os vírus. Algumas variantes do Sars-CoV-2 causam perda de paladar e olfato com maior frequência, sintomas pouco descritos na gripe. No entanto, com as variantes mais recentes, esses sintomas se tornaram menos comuns, sendo substituídos por dor de garganta precoce no curso da doença, o que também pode ocorrer com a gripe.

5. Por que a vacina de gripe muda de um ano para outro?

Os vírus influenza sofrem pequenas mutações de um ano para o outro, o que leva à necessidade de alterar a composição das vacinas. Essa reformulação é feita de acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), baseadas na coleta de vírus ao redor do mundo para a identificação das variantes. Em outras palavras: os vírus que circularam em 2023 não serão necessariamente os mesmos de 2024.

6. Preciso me vacinar todos os anos?

Sim. E essa recomendação vale tanto para as crianças, como para os adultos, por conta da queda no nível dos anticorpos estimulados pela vacinação do ano anterior e das mutações do vírus influenza que ocorrem de um ano para o outro.

7. Por que menores de 6 meses não devem ser vacinados?

Nessa faixa etária, o sistema imunológico da criança ainda não está completamente formado, além de não existirem estudos clínicos determinando a eficácia da aplicação da vacina.

8. Qual a importância de vacinar a criança?

Crianças em idade escolar têm alta taxa de infecção (entre 15% a 40%). Elas adquirem e transmitem o vírus com mais frequência e por mais tempo, tendo um papel crucial na transmissão na família e na comunidade onde vivem. Os menos de 2 anos têm um risco maior de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e complicações como pneumonia, otite média, bronquiolite (sobretudo as menores de dois anos); acometimento muscular (miosite) e manifestações neurológicas, o que leva a uma alta taxa de hospitalização. Tudo isso resulta em custos consideráveis: consultas médicas, medicações, falta dos pais ao trabalho para cuidar da criança doente etc.

9. Quando a vacina deve ser aplicada? Por quê?

O ideal é vacinar antes da temporada da gripe, tão logo a vacina esteja disponível – o que ocorre geralmente a partir de março em grande parte do país. Os níveis satisfatórios de anticorpos protetores da gripe são atingidos em até duas semanas após a aplicação da vacina e conferem proteção máxima durante cerca de 3-4 meses, demonstrando a importância da vacinação precoce e oportuna.

10. A vacina também protege contra o resfriado?

Não. Ela imuniza apenas contra a gripe causada pelo vírus influenza. O resfriado é causado por outros tipos de vírus, como rinovírus, adenovírus, vírus sincicial respiratório, metapneumovírus e parainfluenza.

11. A vacina provoca alguma reação?

As reações adversas são pouco comuns. Quando ocorrem, desaparecem rápida e espontaneamente e são geralmente leves e locais (eritema, endurecimento e dor no lugar da aplicação). Febre baixa, mialgia (dor muscular) e mal-estar também podem ocorrer nas primeiras 48-72h após a aplicação.

12. Quais as cepas utilizadas na produção da vacina influenza 2024?

Para 2024, as vacinas trivalentes produzidas a partir de ovos de galinha devem usar as seguintes cepas:

– Influenza A/Victoria/4897/2022 (H1N1)pdm09.

– Influenza A/Thailand/8/2022 (H3N2).

– Influenza B/Austria/1359417/2021 (B/linhagem Victoria).

Já as vacinas quadrivalentes devem conter, além dos três tipos de cepas obrigatórios, um vírus similar ao vírus Influenza B/Phuket/3073/2013 (B/linhagem Yamagata).

15. Crianças que receberam duas doses da vacina trivalente em anos anteriores, este ano deverão receber duas doses da tetravalente?

Não é necessário. Vale a regra: crianças que receberam duas doses na primeira vacinação devem receber somente uma dose em anos posteriores, independente do número de vírus em sua composição.

16. Qual é o esquema de aplicação da vacina de gripe tetravalente adulto e infantil?

Crianças com idade entre 6 meses até 8 anos 11 meses e 29 dias, ao serem vacinadas pela primeira vez, devem receber duas doses, com intervalo de um mês. Nos anos subsequentes, a indicação é de apenas uma dose anual. Crianças a partir de 9 anos de idade (independentemente de terem recebido doses anteriormente) e adultos devem receber uma dose anual.

17. Qual a duração da proteção?

A imunidade é geralmente obtida em duas a três semanas após a vacinação e dura de seis a doze meses. Entretanto, a proteção máxima dura apenas 3-4 meses.

18. Qual o intervalo da vacina de gripe com a vacina de Covid-19?

Não há necessidade de qualquer intervalo entre as vacinas de gripe e COVID-19. Isto é, tanto vacina contra influenza quanto Sars-CoV-2 podem ser feitas no mesmo dia ou após qualquer intervalo.

19. As vacinas pneumocócicas também são indicadas para aplicação em conjunto com a vacina da gripe?

Infecções bacterianas são as principais complicações da gripe, particularmente otite e pneumonia e aquelas causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae (também chamada de pneumococo). As vacinas pneumocócicas (13-valente, 15-valente e 23-valente) previnem infecções causadas por esta bactéria. Portanto, considerando a interação dos vírus e bactérias causando infecções respiratórias, a vacinação contra gripe e infecção pneumocócica é recomendada e pode ser feita no mesmo momento, em locais diferentes.

20. Quem está com Covid-19 pode receber a vacina da gripe?

Assim como ocorre com as demais vacinas do mercado, recomenda-se aguardar 48h da cessação da febre e dos sintomas iniciais de um infecção aguda (mal-estar, calafrios, vômitos) para aplicação da vacina de gripe.

21. Quanto tempo depois que testei positivo para influenza posso receber a vacina da gripe?

Recomenda-se aguardar 30 dias após o início dos sintomas de gripe. Caso a vacinação seja realizada em vigência de uma infecção muito branda ou não diagnosticada, não há motivos para preocupação ou revacinação.

22. Qual a diferença da vacina de gripe tetravalente adulto e infantil (GRIPET), da vacina de gripe tetravalente idoso (EFLUELDA)?

A vacina contra a gripe tetravalente do idoso – alta dose, chamada Efluelda© – apresenta uma quantidade 4 vezes maior de antígenos, aumentando a eficácia em pacientes idosos.

23. Pode aplicar a vacina gripe tetravalente de alta dose em pacientes menores de 60 anos?

Não, pois não existem estudos que comprovem a eficácia ou segurança da vacina em menores de 60 anos.

24. Qual o esquema de aplicação da vacina de gripe tetravalente idoso?

O esquema de aplicação é uma dose anual, realizada da mesma maneira que as vacinas de dose convencional.

25. A vacina influenza tetravalente idoso causa mais eventos adversos do que a vacina influenza tetravalente adulto e infantil?

Não há relatos de aumento dos eventos adversos com a vacina Efluelda® em relação às vacinas convencionais.

Crédito da foto destaque: Leo Lara

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