Depois de quase 4 anos do início da pandemia, covid-19 ainda afeta os hábitos de praticar exercícios dos brasileiros

A pandemia da covid-19 afetou o hábito de se exercitar dos brasileiros de várias formas. Segundo algumas pesquisas, a atividade física no Brasil caiu cerca de 20% durante o isolamento social.

A trajetória de quase quatro anos desde o início da pandemia de covid-19 desencadeou uma revolução silenciosa nos hábitos de exercício dos brasileiros. Enquanto a saúde pública lida com os desafios contínuos impostos pelo vírus, uma mudança significativa tem se manifestado nos campos da atividade física e do bem-estar.

Em um país onde a paixão pelo futebol e a vitalidade das praias sempre foram testemunhas de uma população ativa, o cenário atual é marcado por transformações notáveis.

O contexto é primordial para entender a dinâmica em jogo. A prática regular de atividades físicas sempre foi considerada uma pedra angular para a saúde mental, física e emocional das pessoas.

No entanto, à medida que a COVID-19 se estendeu por anos, as modalidades tradicionais de exercício, como corrida, musculação e natação, enfrentaram desafios inéditos devido ao fechamento de academias e clubes.

Este vácuo de oportunidades, no entanto, deu origem a uma reviravolta surpreendente, onde novas formas de se exercitar emergiram como protagonistas, sendo a bicicleta ergométrica, uma peça central dessa evolução. 

Confira mais detalhes sobre isso ao longo do texto!

Principais fatores que contribuíram para a redução de atividades na pandemia
Durante a pandemia, a redução significativa nas atividades físicas, como corrida, musculação e natação, foi influenciada por uma série de fatores que moldaram o cenário dos hábitos de exercício no Brasil.

Primeiramente, o temor do contágio pelo vírus desencadeou um receio generalizado em frequentar locais públicos, incluindo academias e piscinas. Esse receio foi agravado pelas incertezas sobre as medidas de segurança adotadas nesses ambientes.

Além disso, as restrições impostas pelos lockdowns e o fechamento temporário de estabelecimentos esportivos impactaram diretamente na acessibilidade a essas práticas.

Muitos adeptos da corrida, por exemplo, encontraram seus espaços usuais de exercício fechados, enquanto os entusiastas da musculação se viram privados do acesso a equipamentos específicos presentes nas academias.

A mudança nos padrões de trabalho e no estilo de vida também desempenhou um papel crucial. Com a transição para o trabalho remoto e o aumento das demandas domésticas, muitos indivíduos enfrentaram desafios na gestão do tempo e na adaptação de suas rotinas para incluir atividades físicas regulares.

A combinação desses fatores contribuiu para uma queda expressiva na prática dessas modalidades tradicionais, refletindo as adaptações necessárias em face dos desafios impostos pela pandemia.

Quais estratégias foram adotadas para promover a prática de atividade física em casa durante o período de isolamento social?
Durante o período de isolamento social, a promoção da atividade física em casa tornou-se uma necessidade imperativa para muitos brasileiros que viram suas rotinas de exercício tradicionais interrompidas.

Uma pesquisa indicou que 81% das pessoas buscaram atividade física como proteção contra a Covid-19. Diante desse cenário, diversas estratégias foram adotadas para encorajar e facilitar a prática de atividades físicas no conforto do lar.

Em primeiro lugar, houve um aumento notável na disponibilidade de recursos online, como aulas de fitness virtuais, tutoriais de exercícios em plataformas digitais e aplicativos especializados.

Essas opções forneceram orientação e variedade, permitindo que as pessoas escolhessem atividades que se adequassem às suas preferências e níveis de condicionamento físico.

Além disso, a popularização de equipamentos de exercício doméstico e a ênfase em treinos que requerem pouco ou nenhum equipamento contribuíram para a adaptação bem-sucedida aos novos cenários de treinamento.

A simplicidade de incorporar exercícios em casa, como yoga, treinamento funcional e circuitos de alta intensidade, facilitou a adesão e atendeu às necessidades de diferentes públicos.

Outra estratégia eficaz foi o estímulo à prática de atividades ao ar livre, como caminhadas e corridas em espaços próximos ao domicílio. Essa abordagem não apenas promoveu a atividade física, mas também proporcionou uma alternativa para aqueles que se sentiam desconfortáveis em ambientes fechados.

Quais modalidades ou tipos de exercício registraram aumento de prática durante a pandemia no Brasil?
A pandemia não apenas desafiou os hábitos tradicionais de exercício físico no Brasil, mas também deu origem a um cenário dinâmico, onde novas modalidades e tipos de exercício emergiram como protagonistas.

Ao analisar as mudanças de preferência e comportamento, torna-se evidente que alguns segmentos experimentaram um aumento significativo na prática durante esse período desafiador.

Um estudo realizado pelo Google revelou um aumento notável no interesse do público por esportes individuais. Modalidades que permitem o distanciamento social, como corrida, ciclismo e esportes ao ar livre, testemunharam um crescimento substancial na participação.

Adicionalmente, dados do Strava, uma rede social dedicada ao esporte, reforçam essa tendência global. O relatório, que compilou informações de cerca de 73 milhões de usuários em todo o mundo, concluiu que, mesmo diante da pandemia de COVID-19, houve um aumento de 13,3% na frequência de treinamento e um crescimento de 14,7% no tempo médio dedicado às atividades, em comparação com o ano anterior.

Enquanto isso, o treino funcional, Yoga e Pilates foram os destaques do segundo trimestre de 2020, evidenciando uma mudança de foco em direção a práticas mais personalizadas e adaptáveis às condições de isolamento social.

Além disso, o universo virtual viu um boom de popularidade nos chamados “esportes eletrônicos” ou eSports. Com competições online e transmissões ao vivo, os eSports conquistaram um espaço considerável entre aqueles que buscavam entretenimento e competição, contribuindo para uma revolução digital no cenário esportivo brasileiro.

Casa, saúde e bem-estar: a revolução dos treinos domésticos
A adaptação para treinos em casa durante o período de isolamento social não foi apenas uma resposta às restrições impostas pela pandemia, mas uma revolução que influenciou significativamente a busca por alternativas para manter a saúde física e mental.

Essa transformação revela não apenas a capacidade de adaptação da população brasileira, mas também uma mudança fundamental na abordagem ao bem-estar.

Ao desbravar o território dos treinos caseiros, as pessoas se viram diante de um leque de opções acessíveis e versáteis. A prática de atividades físicas como yoga, pilates, treinos funcionais e até mesmo a simples caminhada ganharam destaque, proporcionando não apenas um estímulo físico, mas também um refúgio mental em meio à incerteza que cercava o cenário global.

A busca por alternativas em casa não se limitou apenas às atividades convencionais. A explosão de plataformas online oferecendo aulas interativas, transmissões ao vivo e aplicativos especializados permitiu que as pessoas moldassem seus próprios treinos de acordo com suas preferências e horários.

A variedade de opções, combinada com a flexibilidade de treinar em casa, desempenhou um papel crucial na manutenção de um estilo de vida ativo em tempos desafiadores.

Além disso, a percepção da importância da saúde mental como parte integrante do bem-estar geral ganhou destaque. Treinos em casa não se limitaram apenas ao aspecto físico, mas tornaram-se uma ferramenta para aliviar o estresse, melhorar o humor e cultivar resiliência diante das adversidades.

A influência da tecnologia na prática de exercícios durante o isolamento social
A interseção entre tecnologia e atividade física durante o período de isolamento social não apenas manteve a chama do exercício acesa, mas também redefiniu a maneira como encaramos a prática de atividades físicas.

Acessibilidade
Plataformas online proporcionaram acesso instantâneo a uma variedade de treinos, eliminando barreiras geográficas. Pessoas de diferentes regiões do Brasil e do mundo puderam se beneficiar de treinos especializados e instrutores renomados, anteriormente fora de alcance.

Variedade
A tecnologia expandiu a gama de atividades disponíveis, desde aulas de alta intensidade até práticas mais centradas na mente, como meditação. Isso permitiu que os indivíduos escolhessem treinos alinhados às suas preferências e metas, tornando a prática de exercícios mais personalizada.

Interatividade e engajamento
Plataformas interativas e redes sociais criaram uma comunidade virtual em torno do exercício. A capacidade de compartilhar conquistas, participar de desafios online e interagir com outros entusiastas motivou e criou um senso de pertencimento, mesmo em tempos de distanciamento físico.

Flexibilidade de horário
A tecnologia proporcionou a flexibilidade necessária para adaptar os horários de treino à rotina de cada pessoa. A disponibilidade de aulas gravadas, transmissões ao vivo e aplicativos de treino permitiu que indivíduos moldassem seus próprios cronogramas de exercícios.

Monitoramento e feedback em tempo real
Dispositivos wearables e aplicativos de monitoramento ofereceram feedback em tempo real sobre o desempenho e a saúde física. Isso não apenas permitiu uma compreensão mais profunda do progresso individual, mas também incentivou a manutenção de hábitos saudáveis.

Desenvolvimento de novas modalidades
A fusão de tecnologia com atividade física deu origem a novas modalidades, como a realidade virtual (VR) para treinos imersivos e aplicativos de gamificação, transformando o exercício em uma experiência envolvente e divertida.

Possíveis efeitos a longo prazo na saúde pública
A queda significativa na prática de atividade física durante a pandemia não apenas desencadeou mudanças imediatas nos hábitos de exercício, mas também levanta preocupações sobre os possíveis efeitos a longo prazo na saúde pública, como, por exemplo, o que acontece no corpo quando você para de se exercitar?

Saúde cardiovascular e metabólica
A redução na atividade física está intimamente ligada a riscos aumentados de doenças cardiovasculares e problemas metabólicos. A falta de exercício regular pode contribuir para o aumento da pressão arterial, níveis elevados de colesterol e resistência à insulina, impactando adversamente a saúde do coração e o equilíbrio metabólico.

Saúde mental
A prática regular de atividades físicas é um elemento crucial na promoção da saúde mental. A queda na atividade física pode intensificar os desafios relacionados ao estresse, ansiedade e depressão, criando um cenário propício para um aumento nas condições de saúde mental.

Obesidade e sedentarismo
A redução nas práticas de exercício pode contribuir para o aumento da obesidade e do sedentarismo, fatores de risco associados a uma série de condições de saúde, incluindo diabetes tipo 2 e doenças musculoesqueléticas.

Impacto no sistema de saúde
O aumento nas condições de saúde relacionadas à falta de atividade física pode sobrecarregar ainda mais os sistemas de saúde, aumentando a demanda por tratamentos e cuidados médicos. Isso, por sua vez, pode ter implicações significativas nos recursos disponíveis para outras áreas da saúde.

Educação e conscientização
A queda na prática de atividade física destaca a necessidade premente de educação e conscientização sobre a importância do exercício para a saúde. Iniciativas para incentivar a adoção de estilos de vida ativos e a implementação de programas de exercícios acessíveis podem ser cruciais para mitigar os impactos a longo prazo.

Diante desse cenário, pode-se afirmar que a redução na prática de atividade física durante a pandemia apresenta desafios substanciais para a saúde pública a longo prazo. É imperativo que esforços coordenados sejam empreendidos para promover a conscientização, criar ambientes propícios para a prática de exercícios e desenvolver estratégias que incentivem a população a manter estilos de vida ativos.

Somente através de medidas abrangentes e colaborativas será possível mitigar os possíveis efeitos adversos na saúde pública resultantes da queda na atividade física durante este período desafiador.

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