Em abril, a Companhia Corpo na Contramão apresenta programação inédita

O ano de 2022 está sendo de muita produção para a Companhia Corpo na Contramão. Com 30 anos de estrada, o coletivo de artistas de circo, dança e teatro está com uma agenda de atividades gratuitas, presenciais e virtuais, que acontece ao longo de todo esse ano. Trata-se dos Projetos Hocus Pocus – Goiânia, que conta com o apoio da Lei Aldir Blanc 2021 e Interfaces Aéreas, contemplado pelo edital Novos Artistas do FAC 2017.

Para encerrar o mês de março, por exemplo, no dia 31, às 20h, a Companhia abre a sua sede, o espaço cultural “Esparta Arte e Cultura” (Rua da Astéria qd 82 lt 21 casa 01 Jardim Atlântico), para a apreciação presencial de uma aula-espetáculo sobre o processo de criação da obra “Interfaces Aéreas”, de Cauê Marques. Este trabalho aprofunda a relação das linguagens de dança contemporânea e dança de rua, com a transposição desses movimentos para a acrobacia aérea. Lua Barreto irá intermediar uma comunicação entre público e artista, para a compreensão do trabalho do artista, enquanto criador.

Já o mês de abril terá três oficinas virtuais gratuitas (dias 02, 03 e 09), a participação da Corpo na Contramão no Festival Internacional de Circo do Basileu França (dia 14) e a transmissão AO VIVO do espetáculo Hocus Pocus, pelo YouTube da Companhia (dia 10).

Meio ambiente, sustentabilidade, circo e música

As oficinas ministradas no mês de abril trabalham principalmente com questões sobre meio ambiente, sustentabilidade, reaproveitamento de materiais recicláveis e a criação de objetos para o trabalho cênico.

A primeira das oficinas do mês de abril será de “confecção de malabares” e seu foco será, principalmente, o público infantil. A aula será no sábado, dia 02, às 14h, por ambiente virtual. Os ministrantes são Luís Rick e Zaf PK Popper. Luis é Técnico em Artes Circenses pela Escola Basileu França, Licenciado em História pela UFG e faz parte da Cia Corpo na Contramão e do Corpo Circense do Basileu França. Zaf Pk Popper é artista circense, dançarino, Bboy, Popper e professor de dança e Parkour.

A próxima oficina será a de “criação de instrumentos musicais” e ela acontece no domingo, dia 03, às 14h, também em ambiente virtual. A aula também terá como público principal as crianças e adolescentes, mas será aberta para público em geral. Durante o encontro serão criadas flautas de garrafas de vidro, flauta com cano PVC e chocalhos. Esta atividade será conduzida por Reginaldo Mesquita, que é ator, professor e um músico curioso, que busca explorar instrumentos convencionais e não-convencionais.

No sábado seguinte, dia 09 de abril, às 14h, é a vez da “oficina de customização de figurinos com materiais reciclados”, que será ministrada por Bruno do Amaral e Alexssandra Souza. A aula será aberta ao público em geral, com um convite especial para o público idoso. Trata-se de aprender a criar peças criativas de vestuário, que podem servir a figurinos diversos, usando para isso elementos como canudos de plástico, frascos de shampoo e tampinhas de garrafas. Bruno do Amaral é psicólogo, ator amador formado pelo ITEGO Basileu França e técnico em cenografia pelo Pronatec/ITEGO Basileu França. Atua como cenógrafo e figurinista na Cia Corpo na Contramão desde 2015. Já Alexssandra Souza é professora de dança, com licenciatura em Dança pela UFG e técnico em Ballet Clássico pela Escola Basileu França. Desde cedo vivencia processos de criação para figurinos e caracterização de personagens. Atualmente integra a Cia. Corpo na Contramão e é professora de dança do SESC Centro.

As inscrições para as oficinas são gratuitas e podem ser feitas pelo site: https://linktr.ee/Ciacorponacontramao

Um espetáculo sobre a pandemia

No domingo, 10 de abril, às 14h, a Cia. Corpo na Contramão transmite pelo YouTube o espetáculo “Hocus Pocus”, ao vivo, de forma síncrona. O elenco é formado por Alexssandra Souza, Cauê Marques, Lua Barreto, Luis Rick, Marcelo Marques, Reginaldo Mesquita, Thiago Cardoso Aguiar e Zaf PK Popper.

Essa é uma obra cênica que teve que se adaptar às mudanças ocorridas em função da Pandemia de Covid-19. Apesar de ter sido criado para apresentações em teatros e espaços cênicos, com a presença de plateia, o espetáculo foi transposto para o mundo virtual, de forma que pudesse ser realizado de forma síncrona, sendo uma parte ao vivo (online) e uma parte gravada. O seu enredo, também trata sobre a necessidade de isolamento social e sobre como os artistas precisaram se reinventar neste período sem os palcos físicos.

Sobre o roteiro da obra, Hocus Pocus, trata-se de quatro magos que tentam recuperar a criatividade de quatro artistas, que sofrem com a pandemia, por se perceberem sem espetáculos, sem públicos e sem ânimo ou vontade de fazer nada. Os personagens (a Bailarina, o Menino Lobo, Peter-Pan e o Espantalho) trilham um longo caminho para entenderem que o isolamento social pode gerar novas possibilidades criativas e de comunicação, bastando que haja criatividade e imaginação.

Hocus Pocus ainda trabalha com figurinos feitos a partir de materiais não convencionais e reutilizados, no intuito de transmitir a mensagem da sustentabilidade. A cenografia, o figurino e edição de vídeos foram feitos por Bruno do Amaral. A obra também marca o início da pesquisa da Cia no sentido de incluir o público surdo na audiência do espetáculo.

Corpo na Contramão no Festival Internacional de Circo do Basileu França

A Cia Corpo na Contramão completa 30 anos em 2022. Sua atuação passa por um trabalho artístico e pedagógico, que busca a inserção da linguagem circense nos mais diversos espaços físicos e virtuais, cuidando também da formação de novos e mais artistas. O grupo, respeitado e reconhecido por sua trajetória e experiência, foi um dos selecionados para participar do I Festival Internacional de Circo Basileu França, que acontece de 14 a 17 de abril, com dois espetáculos: “Interfaces Aéreas” (15/04), interpretado por Cauê Marques e “Minha Vida de Palhaço”, com Marcelo Marques (16/04).

Interfaces Aéreas, segundo seu criador, está “entre lugares”, porque sua pesquisa ocorre na intersecção entre o circo, a dança de rua e a dança contemporânea. Cauê é quem explica esta simbiose: “Trata-se de uma arte híbrida, um concurso de dialetos artísticos, de gírias corporais, de uma cabotinagem de técnicas. O artista que transita entre o circo, o teatro, a dança, não transfigura seu território físico, geográfico, mas se desterritorializa esteticamente, transcendendo os limites das artes e se tornando um nômade da arte.”

One thought on “Em abril, a Companhia Corpo na Contramão apresenta programação inédita

  • Agradecemos pelo espaço concedido à programação cultural de nossa cidade. O trabalho da imprensa é de fundamental importância para contar a história de nossa arte.

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *