Guerra Rússia e Ucrânia

Perpetuação de Putin no poder é uma das causas indiretas da invasão da Ucrânia, diz pensador

A falta de oxigenação no poder na Rússia é uma das causas indiretas do ataque à Ucrânia, na opinião do pensador e especialista em ESG Luiz Fernando Lucas. “Em outros tempos, a invasão de um país era aceita como algo comum”, comenta o filósofo. “Hoje, já não é mais assim. E as pessoas olham com perplexidade que, no século de conhecimento e evolução, após uma pandemia, a gente tenha de enfrentar uma guerra que pode ter proporções inimagináveis.”

Traçando um paralelo entre o sistema político brasileiro, que permite a reeleição, e o sistema russo, que favorece a manutenção de um autocrata no poder, o pensador diz que em ambos os países se faz necessária a renovação democrática. “Sempre defendi o fim da reeleição no Brasil, em razão do alto grau de corrupção e de problemas não resolvidos como fruto de se ter uma pauta política em que os atores estão permanentemente preocupados na perpetuação do poder”, explica. “Na Rússia, embora seja uma república, a legislação vem sendo permanentemente mudada como forma de garantir a manutenção de Putin no poder por meio manobras de imposição de força.”


Para Lucas, ao mesmo tempo em que iniciativas de responsabilidade social e governança crescem no mundo inteiro, a existência de modelos políticos como o russo e o brasileiro é o que permite a ocorrência de dualidades, polaridades e guerras. “Há a necessidade de empoderamento dos povos através de consciência e de ações individuais e coletivas que tragam toda uma cultura de valores, desde a cidadania ao papel de cada indivíduo e de cada empresa.”


Segundo ele, a invasão da Ucrânia é um exemplo de falta de integridade por parte de Putin e de seus assessores. “É uma clara demonstração de que não há evolução de consciência numa velocidade conforme a natural evolução do mundo”, afirma. “Faço um paralelo entre a reeleição no Brasil, a corrupção e a tentativa de perpetuação de poucas pessoas no poder com o atraso na evolução da consciência e a utilização – mesmo que inconsciente – de métodos antigos de força e coisas que vão em sentindo contrário àquele que o mundo vem demonstrando em termos de evolução socioambiental, econômico e de governança.”

Luiz Fernando Lucas é intelectual, escritor e palestrante. É autor do best-seller “A Era da Integridade – Homo Conscious – A Próxima Evolução” (Editora Gente) e especialista em integridade, ética, ESG e compliance. É formado em Direito pela Universidade de Rio Preto (URP) com MBA em Management & Marketing pela American University Kodog School of Business (UKS) em extensão da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).

Ao longo de mais de 25 anos de carreira, Luiz Fernando Lucas ocupou cargos de liderança e direção como empreendedor e executivo em empresas de vários segmentos e portes. Atuou nas áreas de contratos, sucessão, societária e tributária, aproximando-se cada vez mais do tema integridade. Atualmente é diretor titular do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e membro da Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

Como consultor, Lucas prestou serviços para importantes empresas, como Farmacêutica Organon, O Boticário, Totvs, Merial, Microsoft, Peoplesoft, HP, Vivo, Volkswagen, Universidade Anhembi Morumbi e Bridgestone-Firestone. Por cinco anos foi professor de pós-graduação na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), nas disciplinas de planejamento estratégico, comunicação, marcas e marketing.

Em 2012, foi selecionado para o programa FLW (Future Leaders for the World), em Istambul, na Turquia. Ativista por cidadania e consciência na área pública e política, fundou em 2009 o Instituto Acordem e Progresso, com o qual conquistou o Prêmio TOYP Brasil 2011 (The Outstanding Young Persons of the World), prêmio patrocinado pela Junior Chamber International (JCI) – ligada ao Fórum Econômico Mundial. O movimento contribuiu na disseminação de conhecimento e consciência de cidadania e política entre a população de São José do Rio Preto.

Lucas é ativista nas áreas cidadania, sustentabilidade e expansão da consciência individual e pública. Nas áreas institucionais e associativas, teve atuação em diversas entidades sociais, como Conselheiro da AACD São José do Rio Preto e fundador do Instituto Ilumine.

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