“Mesmo após as reformas de ensino, avançamos pouco”
Renato Casagrande participou de painel durante o Educa Week 2021 e que contou, ainda, com a presença de Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (CEIPE-FGV), Ana Maria Diniz, presidente do conselho do Instituto Península e Ismael Rocha, diretor acadêmico do Institute of Technology and Education (Iteduc)
São Paulo, 27 de outubro de 2021 – As soluções e perspectivas para os principais desafios e problemas na educação pública do país estiveram na pauta de um dos painéis mais importantes da última quinta-feira, dia 21/10, no Educa Week 2021.
O enorme déficit na aprendizagem de milhares de crianças e jovens, agravado pela pandemia, foi o tema central do debate. Os painelistas abordaram, ainda, sobre quais seriam as melhores soluções para uma escola pública de qualidade.
O presidente do Instituto Casagrande, Renato Casagrande, acrescentou à discussão a preocupação com relação ao desânimo dos educadores que pode dificultar ou inibir um ensino de maior excelência.
“Encontro muitos professores que perderam a esperança, que entraram animados no magistério com as novas metodologias, mas que, depois, ficaram desestimulados”, afirmou Casagrande. “Meu receio é que a gente invista em formação, infraestrutura na escola e tecnologia, mas, mesmo assim, não consigamos transformar a educação”, diz. “Mesmo após as reformas de ensino, avançamos pouco”, ressaltou. É preciso trabalhar muito a autoestima do professor. Se não tocarmos nos professores e não conseguirmos mobilizá-los, avançaremos pouco”.
Nesse sentido, a diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (CEIPE-FGV), Claudia Costin, concordou com as afirmações e complementou com uma saída que poderia mitigar os problemas da educação pública. “O que dialogaria com esses professores que perderam sua missão é contratá-los com carga horária de 40 horas, como os demais profissionais de nível superior, para atuarem em uma única escola. E colocar as escolas, progressivamente, em tempo integral”, disse Claudia.
Para Ismael Rocha, diretor acadêmico do Iteduc, é preciso que os gestores das escolas públicas busquem encarar como prioridade o desenvolvimento de métodos educacionais focados no uso do digital, com os recursos disponíveis, que são, muitas vezes, escassos. “Estes mecanismos devem estar alinhados com a orientação pedagógica de cada instituição. E, acima de tudo, é importante que haja um esforço conjunto, tanto dos diretores como dos educadores, para garantir que esta tecnologia não seja um fim em si, mas sim um meio adicional para maior eficácia do processo ensino-aprendizagem”, afirma o especialista.
O Educa Week 2021
Considerado o maior evento de educação básica do Brasil, em sua sexta edição, reuniu autoridades, líderes e ativistas do país, além de especialistas internacionais (das universidades de Harvard e Stanford), durante seis dias. A programação totalizou 36 painéis, com temas pautados nas novas demandas educacionais, geradas e impulsionadas pela pandemia. Foram abordados aspectos pedagógicos e socioemocionais; transformações geradas no pós-pandemia; desafios para a escola pública de qualidade; edtechs; como melhorar os índices educacionais no Brasil; tendências da educação no Exterior, com estudos de caso em países como Estados Unidos, China e Finlândia. Saiba mais acessando: https://educaweek.com.br/
O Educa Week 2021 é uma realização da Educational Leaders (Grupo de Líderes da Educação), em parceria com o Institute of Technology and Education (Iteduc) e SD Student Travel. Tem como patrocinadores as seguintes organizações: Matific, Árvore, Escolas Exponenciais, FTD Educação, International School, Eduqo e Somos Educação, além do apoio do Colégio Bandeirantes, Colégio Dante Alighieri, Vertice, Colégio Santo Américo, Colégio Rio Branco, Colégio Magno Mágico de Oz, ABStartups, Instituto Casa Grande, Grupo Rabbit, Seppo e Unibes Cultural.
Além dos ativistas e personalidades convidadas, participaram dos painéis de discussão e fóruns diretores de tradicionais escolas particulares do Brasil, como os colégios Avenues School (SP), Bandeirantes (SP), Beit Yaacov (SP), Bernoulli (MG), Dante Alighieri (SP), Farias Brito (CE), Farroupilha (RS), Galois (DF), Marista Arquidiocesano (SP), Poliedro (SP), Rio Branco (SP), Santo Américo (SP), São Luís (SP) e Vértice (SP).
Sobre o Iteduc: principal apoiador do Educa Week, o Institute of Technology and Education (Iteduc) é uma organização com o propósito de transformar e aprimorar o desenvolvimento da educação, por meio de tecnologias digitais e metodologias híbridas de ensino-aprendizagem. Elaborado por uma equipe de educadores mundialmente reconhecidos, os cursos e metodologias do Iteduc têm como objetivo habilitar o profissional da educação para enfrentar os desafios que o século XXI e, principalmente, para a nova realidade imposta ao setor de Educação, já que, mais do que nunca, a aceleração digital se faz presente em todos os segmentos.
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