É preciso encarar de frente os alagamentos de Goiânia

Os episódios recorrentes de alagamentos em Goiânia, intensificados pelas chuvas fortes no início de 2024, ilustram falhas persistentes na gestão urbana e infraestrutural. Estes eventos, exacerbados pelo El Niño, sublinham a urgência de medidas eficazes em drenagem e planejamento ambiental. A administração atua reconheceu a gravidade desta questão, iniciando o Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia (PPDU-GYN), cuja conclusão é esperada para o final de 2024. Contudo, a infraestrutura de drenagem vigente, concebida em 2005 para uma população menor, prova ser inadequada para as necessidades atuais.

Especialistas destacam que intervenções em drenagem por si só não resolverão os alagamentos, apontando para a necessidade de uma abordagem mais abrangente. A canalização de córregos, antes vista como solução, não atende mais às necessidades de uma população em crescimento e ao aumento da impermeabilização do solo. A adoção de alternativas sustentáveis, como áreas permeáveis e parques, torna-se crucial para mitigar os riscos de inundação.

Olhando para exemplos de outras cidades, no Brasil e no exterior, vemos a eficácia de estratégias integradas no manejo das águas urbanas. Cidades como Amsterdã e Cingapura implementaram sistemas de drenagem que mesclam infraestrutura verde com soluções de engenharia convencionais, fortalecendo a resiliência urbana e adaptabilidade às mudanças climáticas. No cenário nacional, Curitiba é frequentemente lembrada por seu planejamento urbano que harmoniza áreas verdes e sistemas de drenagem eficientes, atenuando os efeitos de chuvas intensas.

Diante deste panorama, como pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo Partido Novo, proponho um plano de ação abrangente, que inclui:

Agilizar e expandir o PPDU-GYN para cobrir toda a área urbana, incorporando tecnologias e práticas sustentáveis.
Investir em infraestrutura verde, como jardins de chuva e telhados verdes, para aumentar a absorção do solo e diminuir o escoamento superficial.
Revisar as normas de construção e o zoneamento urbano, promovendo práticas que limitem a impermeabilização do solo.
Estimular a participação comunitária e a educação ambiental, enfatizando a importância da manutenção das bocas de lobo e do manejo adequado dos resíduos para prevenir obstruções nos sistemas de drenagem.
Inspirando-nos em sucessos tanto nacionais quanto internacionais, estas medidas podem transformar Goiânia em um modelo de resiliência e sustentabilidade urbana, assegurando o bem-estar de seus habitantes e a conservação de seus recursos naturais para gerações futuras.

Assumo o compromisso de redefinir nossa abordagem aos alagamentos em Goiânia, inspirando-me em soluções bem-sucedidas de outras cidades. Cingapura, por exemplo, com sua estratégia de “Cidade Esponja”, e Roterdã, com suas inovações para lidar com sua posição abaixo do nível do mar, mostram caminhos eficazes que podemos adaptar e implementar, considerando nosso contexto único. Este compromisso inclui não só a adoção de infraestrutura verde e práticas de construção sustentável, mas também o engajamento da comunidade na criação de uma Goiânia resiliente e sustentável.

Leonardo Rizzo é empresário e pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo Partido Novo

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