Inteligência Artificial aumenta a produtividade de pequenas e médias empresas
Para os especialistas Diego Barreto e Sandor Caetano, IA impulsiona a produção dos colaboradores e a tomada de decisões dos empreendedores com ferramentas disponíveis no mercado a valores acessíveis
A implementação da inteligência artificial para as pequenas e médias empresas contribui não só para a produtividade dos colaboradores, mas também na tomada de decisão por parte dos empreendedores. O novo cenário, entretanto, depende de uma reconfiguração da visão antiga dos profissionais e de uma estratégia a longo prazo. É o que orientam Diego Barreto, VP de Finanças e Estratégia do iFood, e Sandor Caetano, Chief Data Officer do PicPay, autores do livro “O Cientista e o Executivo – Como o iFood usou a inteligência artificial para revolucionar seus processos, criou vantagem competitiva e se tornou um case mundial de sucesso”, lançado em outubro, pela Editora Gente.
O desafio da jornada de transformação de uma empresa comum para uma potência de IA necessita ser apresentado de forma clara para as lideranças para que todos fiquem comprometidos com a mudança e engajem seus times. Segundo pesquisa da agência de dados Data-Makers, feita em outubro deste ano, apesar da popularidade do tema, a maioria dos executivos acredita que Inteligência Artificial ainda recebe atenção abaixo do ideal, indicando que não há evidências de saturação. Especificamente entre as grandes empresas, 79% dos executivos acham que o tema recebe a devida atenção. Já entre as pequenas e médias empresas, metade da liderança acredita que o tema é subestimado.
Os especialistas apontam que a vantagem para os pequenos negócios é ter a possibilidade de iniciar a mudança do zero e não ter vícios para levar adiante. As pequenas empresas também podem usufruir de ferramentas com valores acessíveis no mercado criados para auxiliar nas tarefas do dia a dia. “A jornada de transformação é o desafio, ou seja, já existe um status quo e a empresa tem que mudar, o que pode ser muito caro e demorado. Por isso, começar do zero é muito mais eficiente”, diz Sandor Caetano.
Já o caminho para a implantação de IA nas médias empresas, que possuem uma infraestrutura maior, é trabalhar de trás para frente a partir dos casos de uso (de preferência onde está o maior impacto para a empresa) e só construir o que for estritamente necessário. “A empresa média precisa pensar na estratégia de dados. Ou seja, quais dados capturar, onde guardá-los e como torná-los disponíveis para os colaboradores dentro das empresas”, destaca Diego Barreto.
Os executivos indicam aplicativos com bom custo-benefício para pequenas e médias empresas e que ajudam a criar um diferencial competitivo:
GitHub Copilot
Ferramenta de inteligência artificial desenvolvida pelo GitHub em conjunto com a OpenAI. Ajuda programadores e engenheiros a escrever códigos para aumentar a produtividade.
Valor: US$19/mês
Bing
Ajuda a transformar informações em ações, tornando mais rápido e fácil passar da pesquisa à ação.
Valor: gratuito
Bard
Usa criatividade para entregar as melhores respostas, aumenta a produtividade e traz vida às ideias sugeridas.
Valor: gratuito
Chat GPT
É um chatbot online desenvolvido pela OpenAI. Permite diálogos baseados em informações obtidas em bancos de dados, publicações na internet e outras fontes do mundo digital.
Valor: US$ 20/mês
Produtos de caixinha (disponíveis em provedores de cloud)
Exemplo: Google, Amazon, Microsoft, IBM e Oracle. Ferramentas já existentes e que são relativamente fáceis de serem implementadas.
Valor: variado
Sobre Diego Barreto – Diego Barreto é Vice-Presidente de Finanças e Estratégia do iFood e professor de estratégia, negócios digitais e Nova Economia. É mestre em administração pelo International Institute for Management Development (IMD Business School), com passagens acadêmicas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e Fundação Instituto de Administração (FIA). Mentor Endeavor e da 500 Startups (Vale do Silício). É autor do livro NOVA ECONOMIA – Entenda por que o perfil empreendedor está engolindo o empresário tradicional brasileiro.
Sobre Sandor Caetano – Especialista em Inteligência artificial e Analytics, com mais de 16 anos de experiência no mercado, é atualmente Chief Data Officer do PicPay. Economista por formação, pela Universidade de São Paulo, e cientista por profissão, se destacou por sua atuação em teoria dos jogos e econometria, prestando consultoria para diversas empresas do setor de bens de consumo e alimentos. Foi responsável por liderar os times de IA do Nubank e foi Chief Data Scientist e Vice-Presidente de Dados e IA do iFood.